Pais dos alunos do Colégio D. Diogo de Sousa, em Braga, deram início a uma petição pública para solicitar uma reunião com o Arcebispo José Cordeiro antes do dia 5 de janeiro, data prevista para a saída dos dois gestores do estabelecimento.
O objetivo é discutir a reorganização em curso na instituição, processo que apanhou muitos de surpresa e gerou preocupação entre os encarregados de educação.
Preocupados com o futuro dos filhos
Contudo, reconheceu estar a implementar um processo de reorganização nas suas instituições, incluindo o colégio.
Na petição, os pais expressam apoio aos métodos pedagógicos em vigor e manifestam preocupação com o impacto da reorganização no futuro dos filhos. Em menos de duas horas após o lançamento, o documento reuniu cerca de 450 assinaturas, ilustrando a mobilização da comunidade escolar.
Modelo de ensino em debate
O modelo elitista adotado pelo Colégio D. Diogo de Sousa, que separa os alunos em turmas de diferentes níveis de desempenho académico, também está no centro das discussões. Esta estrutura tem sido elogiada por garantir um elevado desempenho nos rankings nacionais e uma taxa significativa de sucesso académico e profissional entre os seus ex-alunos.
No entanto, também é alvo de críticas, sendo acusado de não aceitar alunos com deficiência, uma prática considerada “pouco católica” por alguns.
Os pais temem que a reorganização comprometa esta abordagem pedagógica e a qualidade de ensino pela qual o colégio é reconhecido. Um grupo de WhatsApp criado para debater o tema já conta com mais de 500 membros, com várias formas de manifestação a serem discutidas.
Resposta da Arquidiocese
A Arquidiocese é proprietária de 80% dos estabelecimentos privados da região de Braga, e o Colégio D. Diogo de Sousa é considerado um dos principais ícones da sua rede de ensino. Em resposta à polémica, o arcebispado emitiu uma nota a reafirmar o compromisso com a qualidade de ensino e a dedicação que distinguem o colégio ao longo da sua história.
Contexto e Controvérsias
A polémica intensificou-se após o diretor, padre Cândido Sá, ter divulgado uma nota com críticas ao processo de reorganização, revelando que optou por se demitir devido a discordâncias. Fontes ligadas ao processo confirmaram que a decisão de alterar a gestão foi comunicada pelo reitor do Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo, que supervisiona o colégio, precipitando a demissão dos dois gestores.
A controvérsia remonta ao tempo do anterior arcebispo Jorge Ortiga, quando o colégio enfrentou problemas financeiros devido a um furto de dezenas de milhares de euros. O incidente levou à nomeação do padre Cândido Sá com a missão de disciplinar os métodos de gestão, embora nunca tenham sido apontadas irregularidades.
Próximos passos
O futuro do Colégio D. Diogo de Sousa permanece incerto, mas a mobilização dos pais e a atenção da comunidade local indicam que o desfecho deste processo terá impacto significativo no panorama educacional de Braga.
Enquanto a Arquidiocese reafirma o compromisso com a qualidade de ensino, os encarregados de educação continuam a exigir mais informações e maior participação nas decisões que afetam o futuro dos seus filhos.