O antigo árbitro italiano Pierluigi Collina, atual presidente do Comité de Arbitragem da FIFA, manifestou-se contra a prática de recargas nas cobranças de penáltis, em declarações recentes ao jornal italiano “La Repubblica”.
Segundo Collina, a questão tem sido amplamente debatida em reuniões de trabalho focadas na melhoria das regras do futebol.
Collina revelou que a possibilidade de alterar a Lei 14, que regula os penáltis, está a ser estudada. A proposta visa eliminar as recargas durante as cobranças de grandes penalidades em tempo regulamentar, uma medida que, segundo o árbitro, visaria retirar vantagens a uma equipa já beneficiada com uma oportunidade clara de golo.
O antigo árbitro sugeriu que, caso um marcador falhe ao tentar ultrapassar o guarda-redes, deveria ser assinalado um pontapé de baliza.
“O que se verifica é uma distância excessiva entre o avançado e o guarda-redes. Atualmente, convertem-se cerca de 75% dos penáltis”, afirmou Collina, sublinhando a importância de evitar o “teatro” que muitas vezes ocorre fora da área durante a marcação de um penálti.
Colinna descreveu os jogadores como “cavalos antes do início de uma corrida”, referindo-se à tensão e encenações que surgem nesse momento crucial.
Além disso, Collina destacou a relevância do rigor nas decisões de arbitragem no futebol, especialmente em situações sensíveis como a área de grande penalidade.
“Apenas dois centímetros podem não ser determinantes a 40 metros da baliza, mas na área de penálti, cada detalhe conta”, explicou.
Collina, que foi árbitro da FIFA entre 1995 e 2005, enfatizou a necessidade de decisões rápidas no futebol: “O árbitro não pode ser sábio. Deve ser impulsivo e decidir em três décimos de segundo”, concluiu.