A 27 de fevereiro de 1892 a costa portuguesa foi palco de uma das maiores tragédias marítimas da sua história. Ocorreu na Póvoa de Varzim e morreram 105 pescadores.
Nesse fatídico dia, um súbito e violento vendaval surpreendeu as frotas pesqueiras ao largo da Póvoa de Varzim, resultando no naufrágio de várias embarcações e na perda 70 vidas humanas pescadores poveiros e 35 oriundos da Afurada, comunidades profundamente ligadas ao mar e à pesca.
Na época, a frota da Póvoa de Varzim era composta por 577 embarcações, empregando cerca de 1970 pescadores.
Muitas destas embarcações encontravam-se na zona da Cartola, ao largo de Aveiro, dedicadas à pesca da pescada.
A tempestade inesperada transformou rapidamente o mar num cenário de desespero, com ondas gigantescas que engoliram as frágeis lanchas de madeira.
A notícia da tragédia espalhou-se rapidamente, mergulhando as comunidades piscatórias em profundo luto.
A Póvoa de Varzim, em particular, viu quase todas as famílias afetadas, com o desaparecimento de pais, filhos e irmãos.
A dor coletiva levou a manifestações de solidariedade por todo o país, com iniciativas para apoiar as famílias enlutadas e órfãs deixadas pela tragédia.
Este desastre teve repercussões significativas a nível nacional. A magnitude da perda evidenciou a necessidade urgente de melhorar as condições de segurança para os pescadores portugueses.
Como resposta direta, ainda em 1892, foi fundado o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), uma instituição dedicada à salvaguarda da vida humana no mar.
A criação do ISN representou um marco na implementação de medidas de prevenção e assistência em casos de naufrágio, refletindo um compromisso renovado com a proteção das comunidades marítimas.
Passados 133 anos, a memória da tragédia de 27 de fevereiro de 1892 permanece viva.