Esta decisão é considerada histórica por Maria José Fernandes, presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), que acredita que trará novas dinâmicas ao ensino superior em Portugal e contribuirá para a coesão e crescimento regional.
A proposta, apresentada pelo Partido Socialista, foi aprovada pela maioria de todos os grupos parlamentares, respondendo à ambição dos politécnicos portugueses.
Segundo o CCISP, as Instituições de Ensino Superior Politécnico podem desempenhar um papel decisivo na promoção do desenvolvimento regional, pois ligam as instituições ao mercado de trabalho e são jogadores essenciais nas cadeias de inovação das empresas.
Com a capacidade de conceder doutoramentos profissionais, haverá um impacto direto nas cadeias de inovação das empresas. O CCISP acredita que a relação privilegiada entre os Politécnicos e as empresas permitirá o desenvolvimento desses programas de doutoramento de interface em co-criação com as empresas e ao serviço do desenvolvimento regional e da coesão nacional.
A mudança de nome para Universidades Politécnicas foi outra ambição das Instituições de Ensino Superior Politécnico, que será alcançada no próximo ano, quando for concluída a revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) e a Lei de Bases do Sistema Educativo seja alterada para estabelecer e criar Universidades Politécnicas.
A presidente do IPCA e do CCISP argumenta que as Instituições de Ensino Superior Politécnico portuguesas já são essenciais na atração de investimento estrangeiro no campo da Inovação e Desenvolvimento, bem como de talento internacional que escolhe Portugal para prosseguir o seu trabalho num contexto empreendedor.
Maria José Fernandes acredita que esta decisão aumentará o reconhecimento internacional, uma vez que nomenclaturas semelhantes são utilizadas em toda a Europa, como é o caso do IPCA, que tem como parceiros Universidades de Ciências Aplicadas e Politécnicos na European University a que pertence, a RUN-EU.
O IPCA acolhe esta decisão, que satisfaz as aspirações da sua comunidade académica e permite o crescimento e evolução da formação avançada em parceria com as empresas.
Esta mudança legislativa foi fortemente impulsionada pela Iniciativa Legislativa de Cidadãos “Valorização do Ensino Politécnico Nacional e Internacional”, que exigiu a mudança da designação das Instituições Politécnicas para Universidades Politécnicas e a possibilidade legal de conceder doutoramentos. A iniciativa teve forte apoio das autoridades locais e da comunidade empresarial e foi aprovada por unanimidade pelo Parlamento português em junho de 2022.