Rita Jerónimo, subdiretora-geral do Património Cultural, destacou a importância dessa manifestação como um reflexo da comunidade local, ressaltando seus processos sociais e culturais desde o século XIX.
A Direção-Geral do Património Cultural ressaltou “a ameaça à viabilidade futura dessa manifestação cultural” e descreveu o bordado de crivo como “uma arte têxtil proeminente no sudeste de Barcelos, especialmente em São Miguel da Carreira”.
Originada historicamente nos antigos linhares da região, a arte ganhou destaque a partir da segunda metade do século XIX, sendo comercializada abundantemente em áreas como Guimarães, Porto e Lixa.
As bordadeiras de crivo são consideradas elementos fundamentais na memória coletiva e história local, desempenhando um papel significativo na vida das mulheres do concelho de Barcelos.
Transmitido de geração em geração, o “saber fazer” do crivo tem sido uma tradição desde o século XIX.
Embora tradicionalmente utilizado em têxteis para o lar e em contextos religiosos, como a decoração de toalhas de altar, o bordado de crivo tem enfrentado desafios, com apenas quatro bordadeiras em três unidades produtivas dominando todas as fases da produção.
A fragilidade da situação levou a Câmara de Barcelos a iniciar o processo de inscrição no INPCI para preservar e promover a “Arte de Bordar o Crivo em São Miguel da Carreira”.