Nove anos após a abertura do inquérito, o Ministério Público (MP) concluiu o processo Tutti Frutti, acusando 60 arguidos, entre os quais se encontra o deputado do PSD e vereador da Câmara de Barcelos, Carlos Eduardo Reis.
O caso, que investiga a política autárquica de Lisboa desde 2016, envolve crimes de corrupção, branqueamento de capitais e tráfico de influência, segundo informações avançadas pela CNN Portugal.
Carlos Eduardo Reis, conhecido pela sua atuação política em Barcelos, é um dos nomes destacados no despacho do MP. O também vereador de Barcelos assumiu que irá avanaçar queixa contra a TVI/CNN afirmando, então, que não será “o idiota útil”.
O processo acusa os arguidos de terem utilizado os seus cargos públicos para benefícios privados, em detrimento do interesse público.
Além de Carlos Eduardo Reis, estão também acusados o presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Luís Newton, e o ex-deputado do PSD Sérgio Azevedo, entre outros.
O MP requereu a perda de mandato para os autarcas eleitos que foram acusados, incluindo Reis, caso sejam condenados.
A procuradora Andreia Marques sublinhou que os arguidos “praticaram os factos de que vêm acusados no exercício de mandato autárquico, valendo-se dos respetivos cargos para satisfazer interesses de natureza privada”.
O caso Tutti Frutti expõe uma rede de supostas irregularidades na gestão autárquica de Lisboa, incluindo alegados acordos políticos entre partidos para a nomeação de cargos e adjudicação de contratos públicos.
No entanto, as suspeitas de corrupção contra o ex-presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e o ex-vice-presidente, Duarte Cordeiro, foram arquivadas por falta de provas.
Carlos Eduardo Reis, que acumula funções como deputado e vereador em Barcelos, enfrenta agora um processo judicial que poderá ter implicações significativas na sua carreira política.
O caso continua a ser acompanhado de perto, com o MP a manter a investigação em outros aspetos relacionados com a Operação Tutti Frutti.