Este encontro, que decorreu em formato híbrido, contou com a participação de representantes de cerca de 30 países de língua portuguesa e espanhola e também dos Estados Unidos.
A abertura esteve a cargo da directora da ASICOTUR, Ana Belén Fernández, que agradeceu o apoio das instituições, “sem o qual não teria sido possível organizar o evento”. “Tudo o que desenvolvermos durante estes dois dias chegará a milhares de pessoas”, sublinhou. Por seu lado, o presidente da ASICOTUR, Alejandro Rubín, salientou que “até agora, a cooperação centrava-se mais no aspecto social, e agora parece que os projectos turísticos podem encontrar essa abertura para o seu desenvolvimento em tantos países que têm tantos recursos”.
Por sua vez, Dmitry Ilin, responsável de projectos do departamento de membros filiados da OMT, abordou aspectos relacionados com a cooperação turística, como o financiamento, sublinhando que “após as crises dos últimos anos, muitas empresas turísticas têm estado preocupadas com o financiamento dos projectos”.
Além disso, o papel da OMT é servir de “ponte entre o sector privado e o sector público, para que possa servir de plataforma para a cooperação público-privada”.
Também participou nesta inauguração Pablo Sismanian, director de Produtos Turísticos do INPROTUR Argentina, que afirmou que “a cooperação internacional é o caminho a seguir. Este tipo de eventos ajuda-nos a repensar o mundo daqui a 20 ou 30 anos”. O responsável destacou que “pouco a pouco as províncias argentinas estão a desenvolver este conhecimento”.
Por fim, o director de Turismo da Galiza, Antonio Casas Calviño, destacou a importância do Caminho de Santiago para a Galiza, tema que seria abordado mais tarde durante o workshop, e sublinhou que “a experiência com o Caminho e o desenvolvimento social, económico e sustentável permite agora lançar iniciativas que ajudem as comunidades a fixar população e a crescer”.
Práticas sustentáveis dos parceiros da ASICOTUR
Após a sessão de abertura, os parceiros da ASICOTUR fizeram várias apresentações sobre práticas sustentáveis em termos de gestão que estão a ser realizadas por destinos e empresas turísticas.
António Barroso, da Câmara de Braga, explicou que “em Braga, a sustentabilidade tem sido muito trabalhada, especialmente em termos de cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Tudo isto é importante em todas as áreas, não apenas no sector do turismo”.
Entre as iniciativas de maior destaque, António Barroso enumerou projetos como a oferta de mobilidade sustentável desde o funicular do Bom Jesus aos transportes públicos, a criação da rede de praias fluviais, a criação e melhoria das ciclovias, a promoção de locais menos conhecidos para ‘espalhar’ e reter por mais tempo os turistas, a oferta de uma das maiores redes de percursos pedestres do país, onde se incluem as vias romanas e os Caminhos de Santiago, bem como o trabalho desenvolvido na rede URBACT – ‘Tourism Friendly Cities’ – um projecto internacional, onde se trabalhou a sustentabilidade turística, envolvendo a população local e as cidades parceiras do projecto que sofrem de ‘overtourism’, tais como Cracóvia, Dubrovnik, e Veneza que deram o seu testemunho sobre as consequências que advêm do excesso de turistas.
“Braga é uma ‘Cidade Autêntica’ e quer continuar a ser. Este foi o mote para o slogan escolhido pelo Executivo Municipal para vincar e vincular este desiderato e assim sensibilizar a população para este resultado. Assentamos a nossa estratégia em estabelecer parcerias e contactos permanentes com os ´stakeholders´ locais e o incentivo dos bracarenses a serem turistas em casa e os primeiros ´embaixadores´ de Braga.
“O turismo só é bom se for efectivamente bom para as pessoas que vivem nesse território”, afirmou.
Rogelio Martínez, director Geral da Fundação Expourense, partilhou a experiência da Fundação Expourense, principalmente em relação à sua dimensão internacional e ao seu papel como actor relevante, capaz de catalisar a aliança público-privada nas suas acções turísticas. Dos Açores, Francisco Coelho, da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo, reflectiu sobre os desafios que o contexto insular representa no desenvolvimento de um destino turístico. “O desenvolvimento de um turismo sustentável levanta as oportunidades para o futuro”, afirmou Francisco Coelho, que destacou três aspectos: sustentabilidade ecológica, sociocultural e económica.
Do México, Jorge Vasaro, do Ministério do Turismo de Nuevo León, e Adriana Vega, do Ministério do Turismo do Estado de Querétaro, abordaram as suas experiências de promoção turísticas e as suas iniciativas desenvolvidas com carácter sustentável, mesma linha seguida por José María Arrúa, Ministro do Turismo da Província de Misiones na Argentina.
“Estamos a trabalhar com a ASICOTUR porque é uma organização que pugna pela cooperação turística sobretudo entre cidades e regiões da ibero américa e territórios de língua portuguesa e espanhola sem esquecer os Estados Unidos. São mercados que nos interessam conquistar, com quem queremos fortalecer laços e estabelecer parcerias com estas cidades e regiões para nos promovermos mutuamente. Estou certo que assim estamos a reforçar a notoriedade de Braga no mundo o que só eleva as nossas perspectivas de crescimento turístico” concluiu António Barroso.