Liliana Neves, da Universidade do Minho (UMinho), foi distinguida com o Prémio de Investigação da Cátedra sobre o Caminho de Santiago e as Peregrinações 2024 pela sua tese doutoral.
A tese laureada foca-se no apoio prestado aos viajantes pelas Misericórdias no período moderno. O prémio foi atribuído pela Agência Galega de Turismo, a Catedral de Santiago e a Universidade de Santiago de Compostela (USC), e contou com a participação de candidatos de Espanha, Polónia, Brasil e Portugal.
“Estou muito feliz por este reconhecimento internacional sobre os meus contributos históricos no âmbito das peregrinações”, afirmou Liliana Neves, licenciada, mestre e doutorada em História pela UMinho, Neves investiga no Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT) e integra o grupo História Social a Norte.
A tese premiada, “Caminhos que se cruzam. A presença de peregrinos e viajantes no Norte de Portugal: as Misericórdias (séculos XVII e XVIII)”, foi defendida em dezembro no Instituto de Ciências Sociais da UMinho e financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
O estudo destaca a assistência social prestada pelas Misericórdias do Norte de Portugal aos viajantes, numa época em que peregrinar era desafiador devido aos elevados custos e perigos.
“Nem sempre foi pacífico acolher estes viajantes nos edifícios das Santas Casas, embora estas se esforçassem no apoio à população flutuante, que ali encontrava um porto seguro para descanso e conforto do corpo e da alma”, referiu Liliana Neves.
Neves consultou 24 arquivos de Misericórdias do Norte de Portugal e, em Santiago de Compostela, os arquivos históricos do Arcebispado, da Catedral e da USC.
Natural de Badim, Monção, e residente em Sistelo, Arcos de Valdevez, é autora de diversos capítulos de livros e artigos em revistas nacionais e internacionais, além do livro “Peregrinos e viajantes. O auxílio das Misericórdias de Braga e Ponte de Lima (séculos XVII-XVIII)”. Atualmente, coordena a Divisão Patrimonial da Santa Casa da Misericórdia dos Arcos de Valdevez.