Seis associações de Braga uniram esforços para solicitar ao Estado e ao Município a recuperação do Recolhimento das Convertidas, um edifício histórico em estado de degradação localizado no centro da cidade.
O objetivo é transformar este espaço na Casa da Memória da Mulher, preservando a sua herança cultural. O convento, inaugurado a 25 de abril de 1722, é propriedade do Ministério da Administração Interna.
A iniciativa, liderada pela Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação de Património Cultural e Natural (AASRA), conta com o apoio da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), da Associação de Apoio à Vítima (CAPAV), da Academia de Teatro de Braga (Tín Bra) e da Associação Cultural SUONART.
As associações defendem que a recuperação do espaço das Convertidas “é crucial para salvaguardar não apenas o património edificado, mas também a memória imaterial das mulheres que habitaram o convento”.
O projeto inclui a criação de um espaço de memória, a aproximação à comunidade académica através de investigação sobre a condição feminina, e a abertura ao público.
O diretor da CIM Cávado, Rafael Amorim, destacou que a troca de imóveis com o Estado está em fase final, o que poderá permitir a transferência do convento para a posse do Município de Braga.
Deputada do CHEGA questionou o Governo
No seguimento de exposição enviada ao Partido CHEGA por Carlos Dobreira sobre a situação do Recolhimento das Convertidas, datada de 3 de Abril, a deputada Cristina Rodrigues referiu que vai questionar o Governo sobre o caso.
Recorde-se que este património das Convertidas está classificado como Monumento de Interesse Público mas o estado de degradação é constante.
“Há infiltrações de água, fissuras nas fachadas principal e lateral esquerda, janelas sem manutenção, sendo que o edifício não está aberto ao público. O cenário permanece inalterável até à data e urge apurar as consequências face às recentes intempéries no edifício do Recolhimento das Convertidas, mas também na Capela de São Gonçalo e na Cerca”, refere Carlos Dobreira.
“Este património classificado é pertença do Estado Português e podia ser requalificado no sentido de acolher, por exemplo, um Centro de Interpretação da Mulher e/ou dos Direitos Humanos”, defende Carlos Dobreira em mail enviado ao E24 no início deste mês.