Luís Coutinho, da Universidade do Minho (UMinho), é o vencedor do Prémio Eduardo da Cunha Serrão 2024, que distingue a melhor tese de mestrado em Arqueologia a nível nacional.
A cerimónia de entrega decorre este domingo, 27 de abril, pelas 16h00, no Museu Arqueológico do Carmo, em Lisboa.
O prémio será entregue por José Arnaud, presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses, entidade promotora da distinção que homenageia um dos mais respeitados arqueólogos portugueses.
O estudo vencedor, intitulado “Equídeos gravados entre os rios Minho e Âncora, Noroeste de Portugal. Da inventariação, ao estudo e interpretação“, será publicado em livro. A investigação centra-se na arte rupestre do Alto Minho, um património arqueológico muitas vezes negligenciado e ameaçado por incêndios e intervenções humanas. No total, foram inventariadas 43 superfícies com 126 gravuras de equídeos, analisadas com recurso à fotogrametria, para preservar os detalhes originais.
As gravuras remontam ao final do terceiro milénio a.C., abrangendo as Idades do Bronze e do Ferro, e revelam diferentes formas de representação, desde figuras esquemáticas até sub-naturalistas, com semelhanças ao extinto Equus hydruntinus.
O estudo sugere que estas representações tinham funções rituais, simbólicas ou ideológicas, ligadas ao papel do cavalo como divindade solar, meio de transporte ou animal sacrificial.
Luís Coutinho, natural de Guimarães (1970), é licenciado e mestre em Arqueologia pela UMinho e trabalha como técnico na Unidade de Arqueologia da mesma instituição. É autor e coautor de várias publicações científicas e participa regularmente em eventos de divulgação.