Universidade do Minho (UMinho) deu um passo promissor na luta contra a candidíase invasiva, ao desenvolver uma vacina experimental que apresentou resultados positivos em testes pré-clínicos realizados em animais.
A investigação decorre na Escola de Ciências, em Braga, e é liderada pela professora Paula Sampaio, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA).
Nos ensaios, os animais vacinados mostraram uma resposta imunitária reforçada, com menos sintomas, maior taxa de sobrevivência e melhor estado geral após a infeção.
A vacina baseia-se num lipossoma – uma nanopartícula de gordura – que transporta duas proteínas do fungo Candida albicans, induzindo o sistema imunitário a reconhecê-lo e combatê-lo numa futura exposição.
“Estas infeções são difíceis de diagnosticar e de tratar, devido à resistência aos antifúngicos. Acreditamos que esta vacina pode reduzir a mortalidade, os internamentos prolongados e os custos hospitalares”, afirma Paula Sampaio.
A equipa pretende agora avançar para ensaios clínicos em humanos, de modo a comprovar a segurança e eficácia da solução.
O estudo foi publicado na prestigiada revista npj Vaccines, do grupo Nature, e contou com a colaboração de investigadores da UMinho, do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), ambos da Universidade do Porto.
A candidíase invasiva afeta anualmente cerca de 1,5 milhões de pessoas, das quais cerca de um milhão acaba por morrer. A infeção é especialmente perigosa em doentes imunocomprometidos, como transplantados ou em tratamento oncológico.
Apesar de serem frequentemente ignoradas, as infeções fúngicas são cada vez mais prevalentes.
A OMS já identificou o Candida albicans como um dos fungos prioritários na investigação.