“Se tiver de acontecer, que seja o mais tarde possível”, afirmou o PR.
Durante o encerramento da iniciativa Millennium Talks em Braga, Marcelo destacou a importância de não introduzir fatores de instabilidade, imprevisibilidade e insegurança, especialmente agora que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está em andamento e o Portugal 2030 está em fase inicial.
Nesse sentido, apelou aos líderes políticos de todos os partidos para fazerem “tudo o que puderem” para garantir a estabilidade no país.
“Todos nós agradecemos. Os cidadãos agradecem e o Presidente da República agradece, pois fica dispensado de uma decisão que é sua e só sua”, afirmou.
Em vez disso, “seria uma má notícia – e normalmente dispensamos más notícias – ter de introduzir um fator político adicional no meio deste período de execução de fundos e de enfrentamento da situação económica e financeira existente”, disse.
No entanto, Marcelo admitiu que “às vezes, tem de haver más notícias”.
“O ideal é que não haja. Se tiver de haver, que seja o mais tarde possível, com o mínimo de custos em termos de instabilidade. E o mais próximo possível da transição que, em qualquer caso, poderia, se fosse essa a vontade do bom português, ocorrer”, acrescentou.
Marcelo reconheceu que, em caso de “descontinuidade” do poder político, deveria haver “pactos de regime” em determinadas matérias, para que a todo o momento fosse possível haver um decisor sombra para o caso do primeiro ser substituído pelo segundo.
“Sabemos que isso não acontece em Portugal. Não há governo sombra, nem é uma tradição, com raras exceções, nem há capacidade para equacionar, em termos transversais, decisões que afetam o dia a dia dos empresários”, acrescentou.
Em relação ao PRR, Marcelo afirmou que é “uma grande oportunidade, mas não tão grande como foi dito em período eleitoral”.
“Sabemos como são os políticos, em período eleitoral transformam em bazuca aquilo que é uma arma razoavelmente simpática, até pela sua irrepetibilidade. É uma forma de expressão enfática própria do calor dos comícios”, referiu.
Marcelo acredita, no entanto, que estes serão os fundos europeus “percentualmente mais utilizados de sempre”, principalmente devido à consciência da sua irrepetibilidade.