O relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), hoje divulgado, indica que, entre 01 de janeiro e 30 de setembro ocorreram 10.168 incêndios rurais que resultaram em 109.514 hectares (ha) de área ardida, entre povoamentos (54.557 ha), matos (43.872 ha) e agricultura (11.085 ha).
Segundo o ICNF, o maior número de incêndios deflagrou nos distritos do Porto (2.452), seguido de Braga (1.136) e Vila Real (849) e foram “maioritariamente de reduzida dimensão” ao não ultrapassam um hectare de área ardida, mas o distrito mais afetado em área ardida foi o de Vila Real (25.384), representando mais de 23% da área total ardida até 30 de setembro.
Em comparação com o mesmo período de 2021, a área ardida total no país aumentou 309% este ano, tendo as chamas consumido mais 82.796 hectares, e os incêndios aumentaram 43%, ao registaram-se mais 3.060 fogos.
“Comparando os valores do ano de 2022 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 27% de incêndios rurais e mais 15% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2022 apresenta, até ao dia 30 de setembro, o quinto valor menos elevado em número de incêndios e o quinto valor mais elevado de área ardida, desde 2012”, lê-se no relatório.
Os dados provisórios mostram que os anos com mais área ardida na última década, até 30 de setembro, foram 2017 (249.852 hectares), 2016 (162.848), 2013 (156.710) e 2012 (117.250).
Por sua vez, os anos com maior número de fogos foram 2012 (24.428), 2013 (21.477), 2015 (18.330), 2016 (13.995), 2017 (16.628) e 2018 (10.343).
O maior incêndio até à data foi o que começou a 06 de agosto no concelho da Covilhã e que atingiu a zona da Serra da Estrela ao longo de 11 dias, tendo consumido 24.334 hectares de floresta, seguido do fogo no concelho de Murça (Vila Real) que em julho provocou 7.184 hectares de área ardida
As queimas e queimadas representam 41% do total das causas apuradas, nomeadamente as queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (21%) e queimadas para gestão de pasto para gado (13%).
De acordo o documento, 8% dos incêndios foram devido a motivos acidentais, como uso de maquinaria e transportes e comunicações, e a reacendimentos.
O relatório ressalva que 89% dos incêndios rurais verificados este ano foram investigados e têm o processo de averiguação concluído. Destes foi possível atribuir uma causa a 63%, ou seja, dos 10.168 fogos registados até 30 de setembro, a investigação permitiu a atribuição de uma causa a 5.731, responsáveis por 87% da área total ardida.