É uma das histórias trágicas de embarcações construídas, então, no grande estaleiro de Fão, em Esposende e que a Cooperativa Cultural de Fão vai contar, no próximo dia 18 de julho, às 21h30.
Uma conferência dedicada ao naufrágio do lugre “Rio Cávado”, tendo como orador o investigador e historiador José Felgueiras.
Intitulada “Naufrágio do Cávado”, a conferência terá lugar na sede da Cooperativa e revisita a história da embarcação construída em 1914 nos estaleiros locais pela Sociedade de Navegação Fãozense, Lda.
O navio foi afundado, na zona de Ferrol em Espanha, por um submarino alemão na sua primeira viagem com carga rumo a Cardiff, em Inglaterra, durante o contexto da Primeira Guerra Mundial.
Ataque do U-139
Relatos indicam que os alemães, atentos às rotas comerciais entre o porto do Porto e o velho aliado britânico, emergiram à superfície ao detetaram o lugre “Rio Cávado”.
Com um canhão instalado no U-139 atacaram a embarcação portuguesa, novinha em folha. Corria a data de 2 de outubro de 1918.
O “Cávado” não resistiu, com os tripulantes a colocarem-se a salvo e o submarino a recolher os marinheiros.
A bordo do submarino havia uma câmara de filmar e num momento raro ficou registado todo o ataque.
Peculiar ainda o momento em que os alemães obrigaram a tripulação naufragada a recolher uma pipa de vinho do Porto para a colocar a bordo do submarino.
Construção naval fangueira
O evento destacará a importância dos mestres fangueiros na construção naval, os detalhes técnicos do “Rio Cávado” e os acontecimentos dramáticos que marcaram o seu desaparecimento em alto-mar.
Será também uma oportunidade para conhecer melhor a tradição marítima de Esposende, nomeadamente a de Fão, e o papel da vila nas rotas comerciais da época.
A sessão é aberta ao público e pretende valorizar a memória histórica e cultural da região, promovendo o conhecimento das suas raízes através da voz de um dos mais reconhecidos investigadores locais.

