Paulo Martins, treinador de andebol e coordenador de formação em diferentes modalidades desportivas, pondera em avançar queixa contra os autores de uma sondagem (inquérito) que decorre no concelho de Esposende.
Tudo porque na abordagem feita por telefone, incluindo para números privados, o nome de Paulo Martins aparece como candidato do Chega.
“Quem está a fazer isto tem a sondagem ferida de morte. Pois não sou candidato, muito menos do Chega”, afirma Paulo Martins ao E24.
“Fui candidato nas últimas autárquicas pelo Chega, mas isso foi passado. A acabei por sair logo pouco tempo depois dessas eleições”, frisou.
O Chega confirma que ainda não há candidato definido para Esposende para as próximas autárquicas e esclarece que Paulo Martins deixou o partido pouco tempo depois das autárquicas de 2021.
Ora, este também empresário denuncia ainda que a sondagem está “inclinada” e teve acesso a números privados.
“Alguém passou números que são privados. Digo isto porque tive pessoas da minha família a receber chamadas para números privados com esta abordagem. Estamos a pensar ponderar avançar uma queixa à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) pois considero que estão a violar Regulamento Geral de Proteção de Dados”, afirma.
Paulo Martins dá nota ainda que nas chamadas, e apesar de alerta para o facto de não ser candidato nem do Chega, é sugerido aos familiares deste para optarem na mesma pelo “Paulo Martins”. “Se não sabe vote nele porque é seu familiar”, descreve, tendo também conhecimento de outras pessoas que tiveram a mesma abordagem quanto a outros nomes.
O E24 tentou saber quem está a realizar a sondagem que incluí nomes candidatos à Câmara de Esposende como Guilherme Emílio, Carlos Silva, Pedro Durães Leite, ou Assembleia Municipal como Alberto Figueiredo e Benjamim Pereira. Em Lisboa, as lideranças nacionais de PSD e PS confirmaram que não estão a realizar sondagens ou inquéritos em Esposende.
Fonte próximo deste jornal garantiu que a sondagem estava a ser feita pela iPOM. Ora o E24 confirmou que a iPOM não está a realizar nenhuma sondagem ou inquérito em Esposende.
ERC esclarece dúvidas sobre sondagens para as autárquicas de 2025 em Esposende
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) respondeu às questões colocadas sobre sondagens e inquéritos no âmbito das eleições autárquicas de 2025 no concelho de Esposende.
Sobre a existência de sondagens na região, a ERC afirmou “não ter conhecimento de qualquer estudo realizado até à data”.
Quanto ao procedimento para a realização de sondagens, a ERC sublinha que apenas as sondagens pré-eleitorais destinadas a divulgação pública devem ser depositadas junto da entidade, com uma antecedência mínima de 30 minutos, conforme estipulado na Lei das Sondagens (LS).
Já os inquéritos de opinião não necessitam de depósito, mas é obrigatório informar que os resultados não podem ser generalizados além do universo inquirido.
Relativamente ao contacto para números privados de telemóvel, a ERC esclarece que “a proteção de dados não se insere nas suas competências”.
“Algumas empresas recorrem à geração aleatória de números devido à falta de listas telefónicas móveis”, dá nota ainda.
Sobre a inclusão de nomes de personalidades que não são candidatos oficiais nas sondagens, a ERC afirma que é prática comum testar cenários eleitorais e não responde ao facto dos candidatos nessas sondagens serem colocados por partidos que já não pertencem.
Também o E24 não está a realizar nenhuma sondagem ou inquérito.