Em comunicado enviado à imprensa, a autarquia do distrito de Viana do Castelo refere que o socialista Rui Lages se reuniu segunda-feira com Teresa Coelho, em Lisboa, para “expressar as preocupações da comunidade piscatória do concelho quanto à delimitação das zonas de exclusão para a implementação de um parque eólico ao largo da costa de Caminha e Viana do Castelo.”
“A Secretária de Estado das Pescas reafirmou o seu compromisso em ser porta-voz das preocupações dos pescadores junto do Governo, garantindo ao Presidente da Câmara Municipal de Caminha uma linha de diálogo aberta e permanente”, destaca a nota.
Está em causa a proposta preliminar do grupo de trabalho do Governo para definir áreas ao largo da costa de Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira-Cascais e Sines para a instalação de parques eólicos offshore. O projeto de criação de cinco áreas de exploração de energias renováveis no mar esteve em consulta de 30 de janeiro a 10 de março.
O autarca socialista de Caminha, citado na nota, afirmou estar “consciente da necessidade de procurar novos meios alternativos de produção de energia, mais limpos e menos dependentes dos combustíveis fósseis”, mas sublinhou que esta “transição não pode ser a qualquer custo, sem salvaguardar todos os outros interesses económicos locais, a começar pela economia gerada pelas actividades piscatórias, a salvaguarda da indústria do turismo e o património ambiental e cultural.”
“A salvaguarda dos interesses dos nossos pescadores é um ponto fundamental para que todo este processo decorra com a maior serenidade possível, exigindo transparência, consulta e proximidade na ação e tomada de decisão”, sublinhou Rui Lages.
A Direção-Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) realiza no próximo dia 18 deste mês, no museu municipal, uma sessão de esclarecimento sobre o plano de afetação das energias renováveis offshore de Caminha. A sessão, agendada para as 12h00, será mais um fórum de participação e consulta das comunidades interessadas na matéria e contará com a presença do director-geral da DGRM, José Simão.
No início de março, em mais uma sessão de esclarecimento realizada em Viana do Castelo, pescadores, armadores, associações e sindicatos do setor de todo o país manifestaram a sua indignação por não terem sido ouvidos no processo de criação das cinco áreas de exploração de energias renováveis no mar.