Os horticultores da Póvoa de Varzim, Esposende e Vila do Conde registaram perdas superiores a 30 milhões de euros na faturação de 2020 e pedem agora ao Governo que enquadre o setor no lote dos apoios no âmbito da pandemia de covid-19.
Segundo a Horpozim, associação empresarial hortícola sedeada neste concelho do distrito do Porto, mas que também abrange agricultores de Vila do Conde e Esposende, as perdas médias na faturação das explorações rondam os 40%, deixando várias empresas “em risco de sustentabilidade”.
“Uma perda de 40% na faturação significa estarmos no limiar de perder ou ganhar dinheiro com a atividade. Há muitas explorações em grandes dificuldades para manter a sua capacidade de continuar a produzir”, explicou Manuel Silva, presidente da Horpozim.
Manuel Silva referiu que muitas das explorações da região são “minifúndios de caráter familiar”, que não se enquadram nos moldes das linhas de apoio lançadas pelo governo para a economia, mas que representam “a sobrevivência de muitas famílias”.
“Não queremos um tratamento diferenciado, mas sim que nos deem a possibilidade de nos candidatarmos. Os programas de apoio tinham de ser mais abrangentes para enquadrar o CAE da nossa atividade de produção agrícola”, alertou Manuel Silva.
A Horpozim tem atualmente 800 associados, mas são mais de 2.000 as empresas que têm atividade direta e indiretamente ligada à horticultura no concelho da Póvoa de Varzim, representando mais de 10 mil pessoas.