O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enfatizou hoje, na mensagem de Ano Novo, a importância de uma abordagem unificada para enfrentar os desafios que o país e o mundo enfrentam.
O chefe de Estado destacou que os próximos anos, especialmente 2024, serão cruciais na definição do futuro de Portugal, sublinhando que “os caminhos que escolhermos vão determinar muito do que será o ano”.
Em um contexto global marcado por tensões, o presidente mencionou as “duas principais guerras” que afetam a estabilidade mundial e a recuperação das economias, que, segundo ele, se mantêm frágeis, apesar de uma descida dos preços.
O presidente Marcelo também abordou a questão da dignidade humana, lembrando que “a dignidade das pessoas está a ser ignorada” em várias partes do mundo. Apelou à colaboração com a União Europeia e outras potências globais para garantir que os direitos e o respeito pelas situações humanitárias sejam priorizados.
“A aliança entre os Estados Unidos e a União Europeia é fundamental”, afirmou, enfatizando que essa união é vital tanto para a estabilidade da Europa quanto para a Federação Russa.
Marcelo Rebelo de Sousa ressaltou a necessidade de Portugal fortalecer suas alianças e não depender exclusivamente de parcerias externas.
“Devemos estar preparados para uma situação complexa”, disse ele, referindo-se à necessidade de o país se recuperar economicamente e corrigir as fragilidades existentes nas suas estruturas sociais e políticas.
O presidente fez um apelo à necessidade de investimento em conhecimento e reformas estruturais que abordem as desigualdades económicas e sociais.
O presidente da República recordou a importância de olhar para o futuro, especialmente ao se aproximar do 50º aniversário do 25 de Abril.
“Precisamos de menos pobreza”, declarou, referindo-se ao impacto da pobreza que afeta cerca de 2 milhões de portugueses. Sublinhou que a luta por maior igualdade social e territorial deve continuar, assim como o investimento em áreas críticas como educação, saúde e habitação.
Marcelo Rebelo de Sousa também fez uma análise sobre a disparidade geracional, alertando para a crescente distância entre os jovens que avançam e os mais velhos que enfrentam dificuldades.
“Temos de garantir que todos, independentemente da idade, tenham oportunidades de crescimento e melhoria nas suas condições de vida”, afirmou, defendendo que a recuperação económica deve beneficiar todos os portugueses.
No que diz respeito à gestão financeira do país, o presidente destacou a importância de um orçamento sólido e responsável.
“Precisamos de consolidar os 16 mil milhões de euros que temos disponíveis para os próximos dois anos”, disse ele, enfatizando a necessidade de utilizar esses recursos de forma eficaz para garantir um futuro mais estável.
Marcelo também fez um apelo à renovação da democracia em Portugal, destacando que é necessário garantir estabilidade, acessibilidade e respeito em todas as esferas da sociedade.
“Não podemos deixar de lado o papel das mulheres no combate à corrupção e na promoção da tolerância”, afirmou, enfatizando a importância do diálogo e da recusa à violência em todas as suas formas.
Por fim, o Presidente lembrou a todos que, apesar dos desafios, “nunca perdemos nada ao longo da nossa história”, ressaltando a importância de aprender com o passado. “O povo será o juiz supremo da nossa resposta perante os desafios que enfrentamos”, concluiu, referindo-se às eleições para o poder local que se aproximam e à necessidade de um compromisso coletivo para garantir um futuro melhor para todos os portugueses.