Primeiro-ministro, Luís Montenegro, desafiou hoje os partidos a apresentar uma moção de confiança ao Governo, colocando nas mãos do Parlamento a decisão sobre a continuidade do seu Executivo.
Esta iniciativa surge num contexto de crescente pressão política relacionada com os negócios da sua empresa familiar, a Spinumviva.
Fundada por Luís Montenegro em 2021, a Spinumviva registou uma faturação de 718 mil euros nos últimos três anos, apresentando lucros acumulados de 342 mil euros e margens operacionais superiores a 45%, sem qualquer endividamento.
Recentemente, a empresa tem estado no centro de uma polémica devido à inclusão de atividades imobiliárias no seu objeto social, o que levantou questões sobre potenciais conflitos de interesse, dado que a alteração ocorreu uma semana após Montenegro assumir o cargo de primeiro-ministro.
Em resposta às críticas, Luís Montenegro anunciou que a Spinumviva passará a ser “totalmente detida e gerida pelos filhos”, com a sua esposa a deixar de ser sócia gerente, e que a sede da empresa será alterada.
Estas medidas visam afastar quaisquer suspeitas de conflito de interesses e reforçar a transparência na gestão dos negócios familiares.
A decisão de apresentar uma moção de confiança coloca pressão sobre os partidos da oposição, nomeadamente o Partido Socialista (PS) e o Chega, que terão de clarificar as suas posições face ao atual Governo.
Recentemente, o Chega apresentou uma moção de censura devido às alegações de conflito de interesses, mas esta foi rejeitada pelo Parlamento.
O líder do PS, Pedro Nuno Santos, já havia desafiado Luís Montenegro a apresentar uma moção de confiança, sugerindo que essa seria a forma adequada de clarificar a posição do Parlamento em relação ao Governo.