O ex-futebolista Fábio Coentrão foi apanhado ontem com uma tonelada de marisco vivo ilegal, num armazém do porto de pesca da Póvoa de Varzim.
A operação, conduzida pela Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), resultou na apreensão de 1020 quilos de marisco, incluindo santolas, camarões e lavagantes, devido à falta de licenças necessárias para o funcionamento e comercialização.
Fábio Coentrão, que abriu o negócio há sete meses, arrendou um armazém ao lado da sede da Apropesca, onde operava sem as devidas autorizações.
Dos 1020 quilos apreendidos, 760 não tinham qualquer documentação que comprovasse a sua legalidade, enquanto os restantes 260 quilos, apesar de possuírem faturas, estavam igualmente em situação irregular, uma vez que o estabelecimento não tinha as licenças exigidas.
A DGRM notificou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que procedeu à apreensão dos mariscos e ao encerramento do estabelecimento.
A ASAE também está a realizar peritagens médico-veterinárias aos 260 quilos de marisco que apresentavam documentação, podendo este ser destruído ou doado a instituições de solidariedade social, caso esteja em conformidade.
O presidente da Apropesca, Carlos Cruz, afirmou que a associação não está envolvida nas irregularidades do armazém de Fábio Coentrão, que foi alugado como forma de angariar fundos para a organização.
A DGRM tinha conhecimento do funcionamento ilegal e decidiu agir.
Com a apreensão, o ex-futebolista Fábio Coentrão enfrenta multas que podem ascender a várias centenas de euros. Além disso, os 760 quilos de marisco sem documentação serão devolvidos ao mar, com apoio da capitania do porto da Póvoa de Varzim e do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) também foi contactado para determinar o local mais adequado para a devolução, a fim de garantir a sobrevivência do marisco.
A situação levanta questões sobre a legalidade das operações de comércio de marisco na região e a necessidade de fiscalização mais rigorosa para proteger os recursos marinhos.
A DGRM e a ASAE continuarão a monitorizar as atividades de pesca e a assegurar que todos os operadores cumpram as normas estabelecidas para a preservação da biodiversidade e segurança alimentar.