O novo administrador delegado dos Transportes Intermodais do Porto (TIP), Manuel Paulo Teixeira, disse hoje que “não há nenhum preconceito para o modelo” futuro do agrupamento, considerando que atualmente é “um bom momento” para dar um “salto”.
“Não há nenhum preconceito para o modelo para o qual os TIP possam evoluir. Eu acho que tem de ser aquele que se possa encaixar melhor para quais sejam as necessidades de mobilidade da Área Metropolitana do Porto [AMP]”, disse hoje à Lusa o novo administrador delegado, Manuel Paulo Teixeira.
O arquiteto, que anteriormente desempenhou funções na Metro do Porto e foi diretor de Mobilidade e Transportes na Câmara do Porto, respondia acerca da eventual transformação dos TIP em empresa metropolitana de transportes.
Com funções iniciadas em junho, o responsável está à frente do agrupamento complementar de empresas (ACE) que gere o sistema intermodal Andante, o principal bilhete de transportes públicos da AMP. Os TIP não têm funcionários próprios (pertencem à Metro do Porto [oito] e STCP [quatro]) e os seus acionistas são, em igual proporção (33,3%), a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), a CP – Comboios de Portugal e Metro do Porto, sendo atualmente liderados pelo presidente da Metro, Tiago Braga.
“Pelo facto de ser um agrupamento complementar de empresas há sempre limitações ao nível de recursos”, reconheceu o novo responsável, assinalando as “muitas interdependências com as agrupadas”.
A CP, a Metro e a STCP, “por grande vontade que tenham, têm sempre a sua vida própria também e as suas prioridades, quer em termos de recursos, quer em termos de políticas de desenvolvimento”, disse.
“Portanto, eu acho que este pode ser um bom momento para dar também esse salto”, afirmou, dizendo que o capital humano do ACE “tem é que ser reforçado”, falando em “condições para se poder contratar mais pessoas e até para passar o ‘know how’ [competências]” de pessoas com 20 anos de trabalho.
Quanto à futura empresa metropolitana de transportes, Manuel Paulo Teixeira referiu que “o caminho para aí chegar é um caminho que tem de ser feito”, seja através de “uma integração, de criação de uma nova empresa, ou integrada na Área Metropolitana do Porto, com poderes também de autoridade sobre, por exemplo, os tarifários”.
“Qualquer um desses modelos, eu acho que vai ser sempre melhor do que o modelo atual, que acaba por ser um bocadinho limitativo”, reconheceu à Lusa. Já acerca da aplicação móvel (‘app’) Anda, que recebeu quase um milhão de euros do Fundo Ambiental e representou 0,53% de validações em 2021, Manuel Paulo Teixeira disse ter ficado “surpreendido” por “uma aplicação tão boa” ter “uma expressão tímida”.
“É um dos assuntos que eu já comecei a indagar, já fizemos aqui alguma pesquisa interna para perceber o porquê. Eu acho que há várias justificações para isso”, disse, falando, por exemplo, nas “próprias campanhas de lançamento” e nalguns “pressupostos que não estarão corretos”. Sobre a implementação da ‘app’ no sistema operativo iOS, da Apple, o administrador disse querer chegar “ao universo todo de utilizadores de telemóveis”, mas advertiu que há que “ter sempre a ideia” que a quota de mercado desse sistema operativo “anda nos 25%”.
“É importante, mas temos é que também nos esforçar por chegar aos restantes 75%, em força”, vincou. Os TIP vão também “começar a preparar uma nova campanha, a revisitar e a ver se existem alguns erros frequentes que possam ser corrigidos para robustecer ainda mais a aplicação”, disse à Lusa.