Um professor primário da Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga, confessou esta terça-feira “quase tudo” dos 3.734 crimes de abuso sexual de crianças de que está acusado.
O docente, atualmente com 50 anos e em prisão preventiva, justificou os atos com “um impulso incontrolável”, manifestando profundo arrependimento.
As declarações foram transmitidas aos jornalistas pelo advogado de defesa, Artur Marques, à saída do Tribunal Criminal de Guimarães, onde decorre a primeira sessão do julgamento. O processo está a ser realizado à porta fechada, dada a gravidade dos crimes e a presença de menores.
Segundo o advogado, o arguido negou alguns crimes de abuso sexual e os de maus-tratos que também constam na acusação do Ministério Público (MP).
No entanto, assumiu a maioria dos factos e expressou o desejo de reparar os danos causados. De acordo com a defesa, o professor está a receber acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
A acusação detalha que os crimes ocorreram entre setembro de 2017 e maio de 2024, dentro da sala de aula, sobre 11 alunas com idades entre os 6 e os 9 anos. O docente aproveitava o momento de explicação da matéria para chamar as vítimas até à sua mesa, sentá-las no colo e molestá-las.
Além dos crimes de abuso sexual, o professor está também acusado de três crimes de maus-tratos contra outros alunos e três crimes de pornografia de menores.
O julgamento continuará nos próximos dias, com o tribunal a analisar os factos e a decidir a pena a aplicar ao arguido.
O caso tem gerado grande comoção na região, levantando debates sobre a segurança das crianças no ambiente escolar e a necessidade de mecanismos mais rigorosos de proteção.