Entretanto a UMinho não responde a várias questões levantadas por este jornal (feitas a 9 de janeiro), referindo que sobre a derrocada apenas a autarquia de Esposende comunica. O E24 procura tentar ter acesso aos dados – relatório e contrato – levantados por técnico no próprio dia da derroca, ou seja a 23 de novembro.
Ora o Município também quer ver esclarecida toda a situação que vitimou mortalmente dois jovens.
“O apuramento cabal das circunstâncias que provocaram a derrocada, tendo, para o efeito, procedido à contratação de serviços para a realização dos estudos necessários que permitam apurar todos os factos”, destaca a autarquia de Esposende em nota de imprensa.
Lembre-se que o Município de Esposende avançou para a realização de um estudo geotécnico, desenvolvido pela UMinho, cujas conclusões contribuirão para que, em conjunto com os estudos desenvolvidos pelo LNEC, sejam apuradas as causas do deslizamento de terras.
No mail enviado ao E24 no dia 27 de novembro é denunciado que no verão de 2022 esteve “uma máquina de grandes dimensões no lote ao lado da casa afetada a retirar terra e pedras”.
“A mesma máquina tinha o acessório martelo pneumático para partir pedra da encosta. Foram retiradas várias toneladas de terra e pedra no lote por um camião. Sou morador da mesma rua e assisti a todo esse trabalho de retirada de terra e pedras. A máquina quando usava o martelo pneumático eu sentia as vibrações dentro da minha habilitação como no jardim”, afirma o morador, que pediu para não ser identificado.
Sobre este assunto a autarquia esclarece hoje que “as autoridades estão a apurar as circunstâncias em que ocorreu, no verão de 2022, a retirada de pedras e terra, da base do talude, nos dois lotes de terreno existentes ao lado da moradia onde morreu o jovem casal”.
“O Município de Esposende pretende a clarificação desta situação, uma vez que esses movimentos de pedras e terra não foram comunicados à autarquia nem estavam licenciados”, destaca.
A Câmara de Esposende anuncia ainda que além dos estudos em torno da situação de Palmeira de Faro, o Município de Esposende pretende desenvolver estudos complementares que permitam acautelar situações idênticas no futuro.
“O Município de Esposende pretende apurar a verdade sobre este acidente, combatendo a desinformação que tem sido veiculada sobre o assunto. Sublinhe-se que, desde a primeira hora, os diversos serviços do Município de Esposende responderam com apoio aos moradores da zona afetada”, destaca a autarquia.
Também outra comunicação enviada ao E24 coloca o autarca de UF Palmeira de Faro e Curvos dentro da casa por cima da derrocada.
“Em conversa com o homem que trabalhou na máquina retroescavadora em Palmeira de Faro na zona do desabamento, disse que em 2019 nas obras da piscina e jardim, sem licenciamento, abateu vários sobreiros. Disse também que o presidente da junta, Mário Fernandes, estava permanentemente na obra com o proprietário da casa”, lê-se.