“Anuncia agora a Câmara que obras não licenciadas de remoção e movimentação de terras e pedras, efetuadas no terreno ao lado da casa onde se encontravam as vítimas mortais, poderá estar ligada à derrocada. Se assim é, a questão a colocar é a seguinte: Por que razão o presidente da câmara não mandou embargar as ditas obras que careciam de licenciamento municipal?”, referem, em comunicado publicado nas redes sociais, os socialistas.
Recorde-se que a Câmara de Esposende informou hoje que pretende “o apuramento cabal das circunstâncias que provocaram a derrocada, tendo, para o efeito, procedido à contratação de serviços para a realização dos estudos necessários que permitam apurar todos os factos”, sendo que “as autoridades estão a apurar as circunstâncias em que ocorreu, no verão de 2022, a retirada de pedras e terra, da base do talude, nos dois lotes de terreno existentes ao lado da moradia onde morreu o jovem casal”.
O município pretende a clarificação desta situação, uma vez que esses movimentos de pedras e terra não foram comunicados à autarquia nem estavam licenciados”, destacou a autarquia, em nota de imprensa enviada às redações.
Os socialistas esposendenses querem ainda ver esclarecido o facto de “se a Universidade do Minho já teria feito um relatório sobre as causas da derrocada, conforme afirmado pelo presidente da Câmara, embora sem o transmitir aos membros da Assembleia Municipal, nomeadamente aos do Partido Socialista, por que razão a Universidade do Minho vai agora fazer um estudo com o LNEC para apurar as causas da derrocada? Então já não o tinha feito, tendo sido chamada logo no dia da derrocada, conforme afirmou o presidente da Câmara no dia 23 de novembro? Então quem eram as pessoas que no dia da derrocada andavam no local com casacos da Universidade do Minho?”
“Agora foi chamado o LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) como o PS defendeu logo no início” e por isso, os socialistas querem saber por que razão foi “chamada a Universidade do Minho no dia da derrocada e não foi o LNEC, que é a entidade pública competente para a realização desse tipo de estudos”.
“Esperemos que as entidades legalmente competentes para a investigação sejam eficazes na sua função, não esquecendo que duas vítimas inocentes perderam a vida” para que sejam esclarecidas “as suspeitas do PS sobre o que realmente se passou na derrocada fatal ocorrida em Palmeira de Faro”.
O esclarecimento é também pretendido pela autarquia: “O Município de Esposende pretende apurar a verdade sobre este acidente, combatendo a desinformação que tem sido veiculada sobre o assunto. Sublinhe-se que, desde a primeira hora, os diversos serviços do Município de Esposende responderam com apoio aos moradores da zona afetada”, lê-se na nota de imprensa da Câmara Municipal.