O contrato garante diuturnidades, feriados pagos e 25 dias de férias.
Os trabalhadores, a maioria mulheres, pediram salários justos e a reposição de direitos perdidos, e apelaram aos provedores das Misericórdias dos 10 concelhos da região para que ouçam a sua “revolta”.
A jornada de luta incluiu greve e concentração na Praça da República. Cerca de dois mil trabalhadores estão empregados nas Misericórdias do distrito de Viana do Castelo.
“Esse contrato garante as diuturnidades que tinham há 10 anos e deixaram de ter, que é 21 euros de cinco em cinco anos. Garante os feriados pagos a 100%, quando agora ganham como num dia normal, e garante-lhes 25 dias de férias”, disse Rosa Silva, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).
Os funcionários das Misericórdias explicaram ao E24 porque estão em luta.
“Esperemos que os senhores provedores tenham mais respeito por nós, que nos ouçam, que tenham consciência do nosso trabalho que é muito duro, a nível físico e psicológico. Estamos em luta porque ninguém nos ouve, estamos fartas de batalhar no mesmo [aplicação do CTT da CNIS]. Se os provedores não revirem a situação, quando chegarmos à altura da reforma, vamos ganhar o ordenado mínimo, depois de uma vida inteira de trabalho”, afirmaram.
A sindicalista Rosa Silva alertou que estas “trabalhadoras são, no setor social, as mais mal pagas”, considerando que a “revolta” que expressaram no protesto “é mais do que legítima”.
“Os que me dizem os senhores provedores e a Segurança Social é que não têm quem queira trabalhar nestas instituições. Não têm porque ninguém quer trabalhar sábados, domingos, noites e ganhar o salário mínimo nacional. Preferem trabalhar numa fábrica, ganhar mais e não trabalhar, nem noites, nem fins de semana”, disse.