O edifício de Braga, localizado na rua 31 de janeiro, passou por um processo de requalificação ao longo dos últimos anos, concretizando um antigo desejo da instituição.
Oficialmente as portas voltam abrir hoje, com a presença de várias personalidades ao longo do dia.
O processo de renovação da sede da Delegação de Braga durou quatro anos.
O edifício agora possui os melhores recursos para apoiar todos aqueles que procuram a ajuda da Cruz Vermelha Portuguesa.
“Além dos serviços transversais da delegação, a estrutura também abrigará a Estrutura Operacional de Emergência, o Serviço de Apoio Domiciliário, a Escola de Socorrismo, os Serviços de Atendimento e Apoio Social, o Gabinete de Inserção Profissional e o Departamento de Juventude da Cruz Vermelha”, refere o presidente da instituição de Braga, e gorkiano, Armando Osório.
O retorno às instalações será feito de forma progressiva e terá duração de cerca de seis meses.
As novas instalações também vão contar com salas de formação adaptadas às necessidades atuais, que estarão disponíveis para a comunidade.
António Saraiva preocupado
Uma das personalidades presente é precisamente presidente nacional da CVP, António Saraiva, que já tornou público preocupação com a “sustentabilidade financeira” das Cruz Vermelha em Portugal face aos “cada vez mais pedidos de ajuda a chegarem à CVP”.
“A Cruz Vermelha há de continuar, para além de todos nós, a obra que vem desenvolvendo e aquilo que nos deve preocupar é a sustentabilidade futura da organização”, referiu António Saraiva, que assumiu o cargo em junho passado, para um mandato de quatro anos.
Em dia de celebração – a CVP foi fundada em 1865 por José António Marques na altura com a designação de “Comissão Provisória para Socorros e Feridos e Doentes em Tempo de Guerra” -Saraiva admite “dificuldades em captar donativos” que o levam a manifestar “preocupação” com o futuro.
Olhando a número, a CVP duplicou em 2022 os pedidos de ajuda face ao ano anterior e o primeiro semestre de 2023 registou um aumento de 70%.
“Estamos a fechar agora os resultados de 2023, mas não me estranharia que duplicassem de novo”, atira António Saraiva.
Quem procura a CVP
Pessoas em situação de sem-abrigo, serviços de apoio domiciliário, violência doméstica, famílias carenciadas e refugiados são as área de maior procura na CVP.
“Captar donativos tem sido mais complicado que, somados às subvenções do Estado, são cada vez mais insuficientes para fazer face aos custos”, atira o líder nacional da CVP.
“Como não queremos deixar ninguém para trás e não queremos deixar de prestar o apoio àqueles que dele necessitam, temos que entregar esse serviço de forma racional e cada vez mais melhorada”, sublinhou.
Outra das prioridades, além da sustentabilidade financeira da instituição, é a otimização da rede de 159 estruturas locais, que enfrentam dificuldades distintas.
Em Braga também hoje foram homenageados os colaboradores com mais de 20 anos de serviço e aqueles que se destacaram na vida da delegação, uma das maiores do país.