Marcelino Cunha, que agora é apenas deputado na Assembleia Municipal de Esposende, apela mesmo ao não voto no Chega.
“Aquelas pessoas não podem ir para lá. Eles são precisamente o sistema, os esquemas, cheios de pessoas com currículos duvidosos”, afirma Marcelino Cunha.
“Tínhamos um líder envolvido em esquemas e com vários processos na justiça. Era bandeira do partido afastar esse tipo de pessoas. Mas não. São esse tipo de pessoas, com problemas com a justiça, que estão com André Ventura”, referiu Marcelino Cunha.
Este esposendense dá mesmo nota da “falta de credibilidade do partido Chega”.
Cunha destacou que sua decisão de falar publicamente sobre o Chega não foi fácil, mas sentiu a necessidade de alertar a população sobre o que ele chama de “guerra pessoal” dentro do partido.
“Acredito que o Chega é uma autorrecriação destrutiva. Se voltasse atrás, não faria parte novamente dessa experiência”, afirma.
O ex-militante e líder da concelhia de Esposende também alegou ter coletado provas e alertado a direção do partido sobre irregularidades, especialmente em relação ao caso da distrital de Braga e do membro Filipe Melo. Segundo Cunha, o partido preferiu ignorar tais problemas em detrimento da credibilidade.
Ao abordar a situação nacional, Cunha ressaltou que cada deputado do Chega na Assembleia da República “é um caso”, mencionando a falta de uma liderança coesa e a ausência de propostas claras para o país.
“O que espero é que a democracia prevaleça e que os partidos encontrem soluções para o país sem a presença de Ventura e seus súbitos”, afirma Marcelino Cunha.
Cunha não tem dúvidas: “Se o Chega chegar ao poder está comprometida a democracia”.
Marcelino Cunha fez mesmo um apelo direto aos eleitores utilizando a mesma expressão do edil de Esposende, Benjamim Pereira, durante um discurso: “É preferível votar em branco do que votar em Ventura”.
Marcelino Cunha espera que o partido Aliança Democrática (AD) “leve a sério a consideração de não formar coligação com o partido de Ventura após as eleições”, visando preservar a estabilidade democrática.
Diante das críticas apresentadas pelo ex-militante, o Chega ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.