A trágica derrocada de Palmeira de Faro que fez esta semana 2 anos que ocorreu poderá ter sido um dos momentos mais negros de Esposende enquanto comunidade.
Serei ainda mais concreto: é o ponto mais baixo dos 12 anos de governação de Benjamim Pereira.
Passados dois anos continuamos enquanto comunidade sem perceber o que se passou naquela fatídica noite da derrocada, mas já tivemos algumas dicas que me indicam que todo este caso é um falhanço como comunidade, e aquilo que me leva a dizer isto é com base somente naquilo que já conhecemos.
Um relatório técnico ainda secreto a ser comentado pelo Presidente da C.M.E em directo na RTP, reuniões com a Protecção Cívil antes da tragédia sem nenhum resultado palpável, tentar arrolar Tito Evangelista ao processo de licenciamento numa Assembleia Municipal, dúvidas sobre o processo de alteração do PDM, entre outros momentos.
Mas pior do que todos esses momentos, é após a tragédia a forma como as famílias impactadas foram tratadas.
Atirar para cima das famílias os encargos que podem decorrer das necessárias perícias técnicas para regressarem às suas casas, quase que parece um movimento maquiavélico, de uma enorme insensibilidade e fora do contacto com a realidade e as emoções de quem por tal tragédia passou, porque no final o Estado (e a Câmara Municipal também é Estado!) falhou.
Falhou a C.M.E, falhou a Proteção Civil, falharam as autoridades da freguesia e também falhou, em menor escala, a comunidade que não conseguiu identificar de forma mais rápida e concretamente que o que quer que se tenha passado naqueles terrenos o perigo que representava.
Sim, falhamos todos, e essa falha custou a vida a dois jovens que muita vida e muitos tinham para cumprir.
Passados dois anos, a pergunta que os esposendenses querem ver respondida: o que é que se passou?
Queremos ser informados, esclarecidos sobre tudo o que se passou na derrocada e acima de tudo, o que é que temos de alterar nos procedimentos para fazer que hoje e no futuro uma situação destas não se volte a repetir.
A memória destes jovens, e o luta das suas famílias, merece no mínimo isso.