Pedro Rocha e Silva, diretor-geral da LHH | DBM Portugal, não tem dúvidas em afirmar que a inteligência artificial (IA) está a remodelar o mundo laboral, trazendo mudanças profundas tanto para empresas como para trabalhadores.
E disso mesmo dá conta um estudo da consultora LHH, que afirma que 73% das organizações já estão a implementar ou a considerar alterações nas suas estruturas de recursos humanos.
O relatório, denominado “Outplacement and Career Mobility Trends Report 2024”, envolveu mais de 3 mil líderes de recursos humanos e 8 mil trabalhadores de colarinho branco em nove países, incluindo os Estados Unidos, Brasil e Austrália.
Os dados revelam que 36% dos trabalhadores temem ser despedidos, enquanto 31% planeiam mudar de emprego nos próximos 12 meses.
Pedro Rocha e Silva sublinha “a importância de uma comunicação clara e de apoios eficazes para os colaboradores que enfrentam despedimentos”.
“Garantir que os trabalhadores estão cientes das opções disponíveis é essencial para ajudá-los na transição para novas oportunidades”, afirma.
Esta abordagem, segundo o gestor, beneficia não só os colaboradores, mas também as empresas, fortalecendo o seu clima organizacional e a capacidade de atrair e reter talentos.
Trabalho flexível em destaque
Outro ponto de análise é o trabalho flexível. Metade dos inquiridos destacou as opções de flexibilidade como fator crucial para permanecer numa empresa. Apesar disso, este aspeto deixou de estar entre as cinco principais estratégias de retenção, sendo substituído por pacotes de benefícios tradicionais, programas de formação e recompensas. Pedro Rocha e Silva alerta: “Incluir o trabalho flexível nas estratégias de retenção pode ser decisivo para manter os melhores talentos”.
O papel do outplacement
Com uma experiência de mais de três décadas, Pedro Rocha e Silva assumiu recentemente a liderança da LHH | DBM Portugal. Especialista em gestão de pessoas e transição de carreiras, o gestor aposta no crescimento do outplacement em Portugal.
“O nosso foco é apoiar empresas em processos de mudança, desenhando programas para ajudar profissionais em transição de carreira. Queremos que o outplacement se torne uma prática transversal no mercado”, conclui.
Com a IA e a flexibilidade a moldarem o futuro do trabalho, a adaptação será a chave para o sucesso de empresas e profissionais no novo panorama laboral.