Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, é um dos arguidos no processo das viagens a Seattle, patrocinadas pela Microsoft, realizadas entre 18 e 21 de janeiro de 2014.
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, confirmou ao E24 ter sido notificado, mas não fez comentários por se tratar de um processo em investigação.
Carlos Oliveira, antigo presidente da InvestBraga e da Fundação José Neves, Paulo Cunha, eurodeputado do PSD e ex-presidente da Câmara de Famalicão, bem como outros autarcas, também foram constituídos arguidos.
A investigação está a cargo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária, no âmbito do processo 7961/17.9T9LSB, conhecido como o caso das viagens dos autarcas à Microsoft. O valor em questão, relacionado com alojamento e refeições, é de 845,52 euros.
Estas despesas, em circunstâncias normais, seriam pagas pelas respetivas autarquias, mas neste caso terão sido cobertas pela Microsoft.
Os bilhetes de avião foram pagos pela Câmara de Braga. Além de Ricardo Rio, Carlos Oliveira e Paulo Cunha, participaram na viagem Rui Pereira, vice-presidente da Câmara de Sintra, e João Neves, então presidente da Câmara da Figueira da Foz, ambos do PS.
Pedro Duarte, atual ministro e na altura funcionário da Microsoft, que terá estado na origem dos convites, declarou não ter recebido qualquer notificação das autoridades.
O caso ganhou novos contornos 29 meses após as buscas realizadas em várias autarquias e empresas. Os arguidos, entre os quais Ricardo Rio, são suspeitos de recebimento indevido de vantagem.
Após a viagem, as câmaras de Braga, Famalicão e Sintra realizaram ajustes diretos em licenças de software Microsoft no valor de mais de meio milhão de euros, através de empresas terceiras, sem contratos diretos com a tecnológica norte-americana.