Filipe Correia, neto e filho mais velho dos construtores Arlindo Correia e António Correia, rompeu o silêncio sobre o que descreve como “uma grave sabotagem pessoal e empresarial”.
Conhecido como “empreendedor” e herdeiro do grupo Arlindo Correia, Filipe alega ser alvo de “injustiças” que considera não apenas prejudiciais a si, mas também “ao futuro da economia portuguesa”.
O caso
Desde 2004, Filipe Correia integra o grupo empresarial fundado pela sua família, tendo liderado processos de inovação e expansão internacional.
Contudo, afirma que desde 2020 enfrenta uma série de ações legais e administrativas que resultaram na retenção de mais de 100 milhões de euros em fundos pessoais pelo Estado Português.
Segundo Filipe Correia, o grupo empresarial “não está insolvente”, mas bens, dados e documentos foram-lhe confiscados, num processo que considera “abusivo e contrário à lei”.
“Sabotaram-me a mim e às minhas empresas”, denuncia, sublinhando que as medidas tomadas pelo Estado visam bloquear o progresso do grupo, que foi responsável por negócios avaliados em mil milhões de euros nos últimos anos.
Insolvência polémica
O ponto de partida para esta crise remonta a 2020, quando a histórica construtora ACF, empresa-mãe do grupo, foi declarada insolvente devido a uma alegada dívida de 25 mil euros, que no processo judicial acabou por ser reduzida a 51,29 euros.
Filipe acusa o processo de ser “um ataque deliberado”, alegando irregularidades, nomeadamente a nomeação de 11 administradores de insolvência e três juízes em apenas quatro anos.
Afirmando que a insolvência não foi conduzida de acordo com a lei, menciona ainda a existência de “mais de 100 processos judiciais” relacionados com o caso.
Resistência e recuperação
Apesar das adversidades, Filipe Correia continua a lutar pelo legado da sua família. Ele destaca o papel que desempenhou na revitalização da ACF entre 2012 e 2019, quando conseguiu reduzir 60 milhões de euros no passivo da empresa, e a entrada do grupo em mercados asiáticos e africanos, consolidando contratos estratégicos.
Para o futuro, Filipe Correia mantém ativos projetos ambiciosos, como a “Torre das Mulheres“, em Braga, e iniciativas em mercados internacionais. Espera gerar negócios avaliados em mais de mil milhões de euros até 2035.
Mensagem à sociedade e ao Estado
Filipe Correia apela à sociedade civil para refletir sobre o impacto de injustiças semelhantes na vida dos empreendedores.
“O que enfrento é um ataque institucional e pessoal que busca destruir tudo o que a minha família representou”, declara.
Filipe Correia reforça “a importância de um sistema judicial e comercial mais justo e ético”, apontando para a necessidade de “mudanças na gestão de insolvências e na relação entre o Estado e os empresários”.
“Eu continuo a acreditar no meu trabalho, no legado da minha família e no futuro de Portugal”, afirma Filipe, que deixa um pedido ao Estado Português: “Devolvam-me o que é meu e permitam-me continuar a contribuir para a economia e a sociedade“.