Foi a neta do homem que acabou morto e enterrado num pinhal em Ofir que informou a GNR de Esposende que estavam a ser feitos levantamentos de um dos cartões de multibanco.
Segundo apurou o E24, o casal cuidador de Apúlia tinha informado as autoridades do desaparecimento de António Amaral dos Santos em circunstâncias “estranhas”.
Ora o casal não deu qualquer fotografia ou documento à GNR, remetendo os dados da vítima para uma assistente da Segurança Social que ali colocava os idosos ao cuidado do argelino e luso-brasileira.
A GNR numa primeira fase julgou ter-se tratado de mais um “desaparecimento” sem consequências, pois não era a primeira vez que António, com 85 anos e a sofrer de Alzheimer, desaparecida da casa de acolhimento de Apúlia.
No entanto desta vez, e depois de comunicado “a fuga”, a GNR estranhou o facto de na cama de António já estar outro utente à guarda do casal.
Acabou por ser a neta a levar com que o caso chegasse à esfera da PJ, quando comunicou os levantamentos em roupa feminina em Braga à GNR. A Guarda acabou logo por alertar a judiciária.
Quem era António Amaral dos Santos ?
Pouco se tornou público sobre António Amaral dos Santos. No entanto é sabido que este era casado com uma mulher da Póvoa de Varzim onde tinha casa, mas vivia separado da mulher.
Era um homem com algumas posses, pois tinha várias lojas arrendadas na Póvoa de Varzim.
Suspeito de matar idoso em Esposende fica em prisão preventiva
Salah Manieri, que confessou em tribunal que matou o idoso de 85 anos e que ocultou o cadáver num pinhal em Ofir, na vila de Fão, ficou esta em prisão preventiva. Já a mulher deste, Sandra, terá fugido para o Brasil.
No entanto, ainda na fase de investigação de desaparecimento, esta terá dito às autoridades que ia se ausentar para a Bélgica, onde teria uma filha que era vítima de maus tratos.
O casal preparava-se para arrender um apartamento vizinho para aumentar o espaço de acolhimento dos idosos, quase sempre em fase terminal de vida.
A PJ investiga ainda uma série de óbitos nesta casa em Apúlia.
Investigação e indícios
Tudo aponta para que o casal terá morto António em meados de novembro, com a Polícia Judiciária (PJ) a investigar o caso entre 29 de novembro e 11 de dezembro de 2024, após o desaparecimento da vítima.
A PJ reuniu “fortes indícios” de que, após o homicídio, o suspeito terá comunicado falsamente que a vítima se ausentara voluntariamente.
A PJ continua a investigação para esclarecer os factos e eventuais cúmplices.