Alertando para o risco iminente de encerramento de 70% a 80% das explorações agrícolas na área, o movimento iniciou uma marcha lenta em Valença, distrito de Viana do Castelo, com aproximadamente 100 veículos, bloqueando os acessos à cidade no sentido Sul/Norte em direção a Espanha.
EN13 afetada
Fábio Viana, porta-voz do Movimento dos Agricultores do Norte, destacou a importância de bloquear a zona das rotundas em Valença, mobilizando não apenas o concelho, mas também as fronteiras.
A iniciativa visa sensibilizar a sociedade e o poder político para a difícil situação enfrentada pelo setor agrícola no Norte de Portugal.
A marcha, que começou às 06h30, envolve cerca de 100 veículos, incluindo 60 viaturas ligeiras e 30 tratores. O Comando de Viana do Castelo da GNR confirmou o início da ação, com os veículos deslocando-se entre Cerdal e São Pedro da Torre.
A luta dos agricultores
O movimento, apresentando-se como um “movimento cívico com a representação de agricultores, empresários agrícolas e cidadãos”, tem demandas específicas delineadas em seu caderno reivindicativo.
Entre elas, destacam-se o “reajustamento da cadeia de valor com maior valorização da produção primária e rotulagem clara para o consumidor sobre o preço pago ao produtor e margens da distribuição”.
Além disso, pedem a “valorização de produtos endógenos e de cadeias curtas de abastecimento” e estratégias claras para melhorar a atratividade da atividade agrícola e renovar o capital humano.
As medidas
Os agricultores do Norte também clamam por medidas como o “aumento do valor do prémio à primeira instalação para jovens agricultores” e o “bloqueio às importações de produtos alimentares extracomunitários que tenham sido produzidos em tipos de produção que não estejam sujeitos às mesmas normas de fitossanidade, proteção ambiental e de bem-estar animal da União Europeia“.
Apesar do pacote de ajuda do Governo, no valor de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto da seca e reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), os agricultores insistem que suas reivindicações históricas exigem atenção imediata.
A Comissão Europeia também está programada para debater a redução de encargos administrativos dos agricultores em 26 de fevereiro, em uma proposta que poderá impactar positivamente a situação.