Benjamim Pereira, presidente da Câmara de Esposende, aponta a subida exponencial do Chega nas legislativas devido ao desastre governativo do Partido Socialista (PS).
O também mandatário de Luís Montenegro, líder da Aliança Democrática (AD) nestas legislativas do qual saiu vitorioso, afirma que o Chega acaba por ser uma “criação” do PS.
“Sendo um partido antidemocrático e de extrema direita, é uma criação que resulta da forma desastrosa como o Partido Socialista e a esquerda em geral conduziram o país”, frisa Benjamim Pereira, acrescentando que “os escândalos sucessivos e as políticas erradas levadas a cabo pelos Governos Socialistas levaram a uma insatisfação generalizada das pessoas e ao correspondente voto de protesto”.
“Houve um tempo em que ser deputado só estava ao alcance de pessoas bem formadas, com formação adequada às funções e com reconhecimento social, a partir de hoje, e face ao voto de protesto massivo, temo que a Assembleia da República se venha a transformar num circo, o que não dignificará ninguém”, dá nota ainda.
O edil de Esposende refere ainda que “a AD conquistou a vitória, superando o PS em todo o país”, apesar de enfrentar “uma situação peculiar relacionada com o ADN, que obteve cerca de 100 mil votos, acreditando-se que a maioria seria destinada à Aliança Democrática“, afirma Benjamim Pereira.
Em Esposende, a AD esmagou o PS, que perdeu aproximadamente 1800 votos em comparação com 2022, enquanto a AD subiu 310 votos, alcançando uma vitória expressiva de 9312 votos.
“Isso resultou em uma diferença de cerca de 5000 votos entre as duas forças políticas, marcando uma clara preferência dos eleitores locais pela AD. É notável que a AD tenha vencido em todas as seções de voto do concelho, abrangendo todas as freguesias”, vaticina o edil.
PS de Esposende reage às declarações de Benjamim Pereira
Ora o PS veio a terreiro colocar o presidente da Câmara de Esposende na mira de todas as críticas.
O PS Esposende expressou “desaprovação” em relação à postura do atual líder municipal, destacando a “falta de fair play político e cívico” evidenciada nas declarações que proferiu.
Segundo o PS, é “fundamental que líderes políticos saibam lidar tanto com vitórias quanto com derrotas”, uma habilidade que, alegam, “Benjamim Pereira demonstrou não possuir”.
O cerne da controvérsia reside na comunicação em que Benjamim Pereira dedica grande parte do tempo a apontar a suposta queda na percentagem de votos do PS local, chegando a referir-se ao resultado como “o desastre do Partido Socialista local”.
O PS Esposende considera essa abordagem como “falta de nível político, e até mesmo cívico, por parte do mandatário da AD”.
O PS também rebate as afirmações de Benjamim Pereira, destacando que “imputar ao PS o resultado do Chega nas legislativas é delirante”.
Além disso, o PS aponta que a AD teve “uma percentagem inferior à soma dos votos do PSD e do CDS nas eleições passadas, evidenciando uma redução de 6% em relação ao pleito anterior”.
Os socialistas sugerem que “o presidente da câmara pode ter usado a comunicação para desviar a atenção de questões mais prementes no concelho”.
“Entre elas, destacam o elevado preço da água, a carência de habitação, a falta de saneamento básico em várias áreas, além de deficientes vias de comunicação”, referem os socialistas.
O PS insta Benjamim Pereira a “concentrar esforços na resolução dos problemas que afetam diretamente a população local”.