A empresa ABB (Alexandre Barbosa Borges) tem prosseguido com uma obra urbanística em Celeirós, Braga, mesmo com um embargo imposto pelo vereador do urbanismo João Rodrigues, da Câmara Municipal de Braga (CMB) e uma providência cautelar favorável aos proprietários de uma parte do terreno envolvido.
O casal Nuno Sá Pinto e Carina Afonso, donos da parcela de terreno, denunciaram que a ABB invadiu a sua propriedade em 2022, iniciando trabalhos de topografia sem a sua autorização.
Segundo o casal, desde então, tentaram negociar com a empresa, mas enfrentaram dificuldades, acusando a ABB de uma postura “rude” e “abusiva”.
A situação deteriorou-se ainda mais quando a empresa começou a pressioná-los a aceitar uma proposta financeira, que consideraram insuficiente e baseada em “ameaças”.
Carina Afonso, em declarações à RUM, afirmou que a ABB não pode “impor o preço que quer” e salientou que o casal exige respeito pelos seus direitos de propriedade.
O Tribunal já reconheceu que a propriedade é efetivamente do casal, e, na semana passada, a GNR foi chamada ao local, constatando que a ABB desrespeitou a ordem judicial. Como consequência, Nuno Sá Pinto e Carina Afonso avançaram com uma queixa-crime contra a empresa, exigindo que as construções feitas no seu terreno sejam demolidas.
A obra, que está embargada pela Câmara de Braga desde agosto, não foi interrompida pela ABB, que continua os trabalhos sem a devida licença.
Segundo o casal, a empresa derrubou árvores, aterrou linhas de água e construiu uma grande estrutura industrial, mesmo sem as autorizações ambientais necessárias.
O município de Braga confirmou que embargou a obra após uma inspeção em julho, mas demorou algumas semanas a concretizar as notificações, o que só aconteceu em agosto. Desde então, o caso foi remetido ao Ministério Público por desobediência.
O casal critica a atitude da ABB, acusando-a de explorar o seu poder para prejudicar os mais fracos. Além disso, recordam que a ABB tem um histórico de impugnações de concursos públicos, incluindo a adjudicação da obra da Fábrica Confiança, o que pode colocar em risco fundos do PRR.