A Guarda Nacional Republicana (GNR), em colaboração com o Posto de Busca e Resgate em Montanha do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), realizou uma série de operações visando o reconhecimento e sinalização de poços nas proximidades do Mosteiro de Tibães, em Braga.
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Esta iniciativa, em parceria com o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) e o Mosteiro de Tibães, tem como objetivo “aprofundar o conhecimento sobre o ambiente” envolvente ao Mosteiro, incluindo “o seu património geológico e mineiro”, ao mesmo tempo que visa “reforçar as condições de segurança para os visitantes deste espaço”, conforme explicou a Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS) da GNR numa publicação nas redes do sociais.
Exploração de volfrâmio nas minas em Tibães
De acordo com um estudo interdisciplinar intitulado “A Antiga Mina de Volfrâmio das Aveleiras (Mosteiro de Tibães, NW Portugal): Estudos Interdisciplinares para a Valorização do Património Geomineiro“, várias minas foram escavadas na região do mosteiro para a captação de água.
Quanto à extração de minério, as explorações na área do concelho de Braga eram de pequena escala, algumas delas clandestinas ou ocasionais, focadas na busca do minério conhecido como “negro”.
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“No início do século XX, o monte de S. Gens (atualmente, S. Filipe), em Mire de Tibães, era frequentado por aventureiros e exploradores de volfrâmio, especialmente no final dos anos 30, impulsionados pelos altos preços deste minério durante a Segunda Guerra Mundial”, relata o documento do ISEP.
Uma das minas mais ativas foi a das Aveleiras, localizada na freguesia de Mire de Tibães. Inicialmente escavada no século XVII para abastecer o Mosteiro de S. Martinho de Tibães com água, tornou-se alvo de intensa exploração de volfrâmio no meio do século XX, de acordo com o mesmo estudo.
“A mina operava desde 1940, mas foi apenas após a resolução de algumas disputas territoriais que o alvará de concessão provisória n.º 3278 foi emitido em 27 de abril de 1944, válido por 3 anos. O alvará definitivo, n.º 2314, foi emitido em 12 de abril de 1948, considerando-a uma mina de valor industrial, com uma média de 2,5 kg/m3. Entre 1940 e 1963, o depósito de volframita desta mina, de pequenas dimensões, foi intensamente explorado, especialmente durante a última grande guerra mundial. Os preços excepcionais permitiram um volume significativo de trabalho que, praticamente, esgotou o depósito”, explicam os autores do artigo científico.
O estudo destaca que “ainda hoje, ao percorrer os trilhos próximos ao Mosteiro de Tibães, deparamo-nos com vários antigos poços, minas e entulhos que testemunham uma intensa atividade de pesquisa e exploração de volfrâmio”.
Minas podem ser visitadas?
Na publicação “Valorização do património geológico-mineiro: a antiga mina das Aveleiras” da INGENIUM datada de setembro / outubro de 2013 é dito que “a intenção de incluir a visita a esta mina no conjunto de ofertas temáticas disponibilizadas pelo Mosteiro orientou a avaliação da sua estabilidade e da necessidade de eventual reforço”.
“São descritos, de forma breve, o estudo multidisciplinar realizado e a solução de reabilitação preconizada”, refere a revista, acompanhando em detalhe a reabilitação da Mina das Aveleiras.
Ao mesmo tempo publicação relata que as minas criaram todo um ecossistema que se prolonga pela cerca de Tibães.