“Todos os dias sobem os preços, todos os meses os nossos ordenados e pensões ficam mais pequenos. A guerra tem as costas largas, as sanções caem-nos em cima e o governo não faz nada para parar a especulação desenfreada.
É preciso impor que os combustíveis, a alimentação, os transportes, os medicamentos, as rendas e todos os bens essenciais tenham preços justos e suportáveis para a maioria”, referem os porta vozes da iniciativa do movimento “Sempre os Mesmos a Pagar”.
No manifesto da iniciativa pode ler-se que “mesmo antes da guerra na Ucrânia os preços já estavam a subir”.
“Há quem lucre com a desgraça alheia. Foi assim no passado, foi assim com a COVID, e mais uma vez querem que assim seja com o pretexto da guerra. Assim se vê quem aproveita a guerra e as sanções. A crise não tocou toda a gente da mesma maneira, estamos todos no mesmo mar, mas não vamos no mesmo barco. Uns pagam e outros lucram e muito, vejam-se os lucros da GALP, do Pingo Doce, Sonae, da EDP, dos Bancos”, refere Armindo Costa do movimento.
Para este movimento “estes aumentos selvagens que enfrentamos vão ter efeitos nos custos dos transportes, nos preços dos alimentos; e o Banco Central Europeu vai fazer a política do costume, aumentando as taxas de juro para salvaguardar o dinheiro dos ricos. Com estas opções quem vai sofrer mais são aqueles que trabalham e que vão ter que pagar os empréstimos das casas a preços mais elevados”.
“Os trabalhadores vão ter mais dias sem chegar o ordenado e os senhores do dinheiro vão fazer desta crise uma nova oportunidade para espremerem ainda mais quem trabalha. Se é necessário pagar a crise, então que se comece pela contribuição daqueles que em todas as crises se enchem à custa da desgraça da maioria”, dizem.
Este movimento apela a todos que sentem na pele o agravamento do preço dos combustíveis, o aumento do custo de vida, “que se unam para travar este processo de roubo que está em curso, que, por diversas formas e em diferentes locais nos próximos dias, demonstrem a vossa indignação e exijam ao governo medidas concretas para impedir que, mais uma vez, haja quem se aproveite da crise”.
“Exigimos a fixação e regulação dos preços dos combustíveis, da energia e de todos os bens essenciais em particular dos bens alimentares. Exigimos a imediata redução do IVA de 13% para os 6% no gás e de 23% para os 6% na electricidade. Exigimos que os dividendos das grandes empresas sejam, neste momento de crise desviados das contas dos acionistas para um fundo de emergência nacional para responder ao aumento do custo de vida. Travar o aumento do custo de vida é garantir condições de vida para a maioria, mas é também parar o roubo e o aproveitamento por parte dos mesmos de sempre. Será pedir muito que não sobre sempre para os mesmos pagar a crise dos outros?”, interrogam.