Se o martelinho, saltar a fogueira, balões ou a alho-porro estão entre as tradições mais conhecidas do São João, há outra mais secular e em vias de extinção no Minho e que tem forte presença em Esposende e Viana do Castelo: a roubalheira.
Mas em Esposende, nomeadamente nas freguesias de Esposende e Marinhas, há quem se esforço por na próxima de madrugada dar dores de cabeças ao vizinhos.
Braga, Vila do Conde e Porto são conhecidos como os anfitriões deste Santo Popular, mas em Viana do Castelo e Esposende há lugares que celebram este “santo dos casados”.
Na noite de 23 para 24 de junho as tradições são diferentes. Os mais novos não sabem o porquê de as cumprir, afirmam sempre “foi o que a geração anterior fazia, é o que faço hoje”.
Contudo, os mais velhos sabem como explicar. “Antes de santo, o São João era muito maroto. Quando ia à fonte com as mulheres, partia-lhe os cântaros com pedras e assim podia namorar com elas”.
É destes namoros que vem a tradição de “roubar”. De madrugada, as casas das moças eram invadidas, e sem ninguém notar (ou fingir não notar), eram levados várias coisas pertencentes de trabalho – enxadas, carros de bois – às moças.
Depois as moças acabavam por ir buscar os pertences e descobrir qual o rapaz que “a queria levar”.
Hoje, já não há tantas enxadas ou carros de bois para levar de madrugada, sendo tudo mais “andróide ou IOS”.