O primeiro artefacto, um machado de mão em quartzito associado a um depósito marinho, foi detetado no talude do Canal, tendo sido descoberto durante uma caminhada.
Visitas posteriores permitiram a recolha de mais artefactos líticos talhados, nomeadamente de bifaces e de machados de mão, os quais indiciavam um contexto integrável no Paleolítico Inferior, numa cronologia aproximada entre os 250.000 a 300.000 anos.
Estas evidências permitem extrapolar-se a presença, em Esposende, de grupos humanos que antecederam a chegada do “Homem Moderno” à Europa.
Foi neste contexto que a primeira referência pública à jazida paleolítica do Canal Intercetor de Esposende foi apresentada no “Encontro Arqueologia Costeira e Subaquática de Esposende”, organizado pela Câmara Municipal de Esposende em junho de 2022, no âmbito das Jornadas Europeias de Arqueologia’22.
Dada a importância destes vestígios arqueológicos, os quais são ainda muito raros em Esposende, e tendo em consideração os trabalhos agrícolas que decorrem nas imediações da jazida, foi reconhecida a importância de realização de sondagens arqueológicas, com vista à avaliação do seu potencial.
Nesta primeira fase, a equipa optou por cingir as sondagens arqueológicas aos terrenos do Município de Esposende, durante as quais foram recolhidas amostras de sedimentos para análises e para datações.
O espólio arqueológico exumado foi acondicionado e inventariado, sendo futuramente depositado no Serviço de Património Cultural da Autarquia.
Os trabalhos arqueológicos, codirigidos por Sérgio Monteiro Rodrigues e por Pedro Xavier (Arqueólogo e doutorando da Universidade do Minho), com a participação de estudantes de mestrado de Arqueologia da FLUP, contaram igualmente com a colaboração de Alberto Gomes (Geografia/Geomorfologia – FLUP) e de Ana Paula Almeida (Serviço de Património Cultural – Câmara Municipal de Esposende), para além do apoio logístico, técnico e de equipamentos da autarquia.