John F. Kennedy foi presidente dos Estados Unidos da América por escassos 2 anos e, no entanto, deixou a sua marca na história. Alguns dos seus discursos, ou não fosse um brilhante orador, resistem ao teste do tempo, volvidos quase 60 anos (!) da sua curta presidência, continuando a ser citados ou reproduzidos.
Por estes dias, pensando já no pós-covid, ou melhor, porque ainda teremos largos meses pela frente de estado condicionado, nos momentos seguintes ao paulatino retomar da vida em sociedade, ocorre-me a celebérrima frase de JFK «Não perguntem o que é que o vosso país pode fazer por vocês, perguntem o que é que vocês podem fazer pelo vosso país.»
O nosso bom senso, secundado pela opinião dos economistas e confirmado pelos estudos e previsões, alerta-nos para um tsunami económico que colocará a sociedade global numa situação crítica nunca dantes vivida.
Serão tempos bastante desafiantes, que exigirão uma resposta à altura. Viveremos momentos que apelarão ao melhor de cada agente económico, bem como ao sobressair das capacidades de cada líder político. Por estes dias, não é fácil nem se inveja a actividade de governante e, acrescentaria, de autarca local.
Veja-se o caso de Esposende. A 3 de março, o município destacava o crescimento registado, em 2019, no sector do turismo. Sendo Esposende um destino preferencial de férias e lazer, seria, pois, expectável a continuidade e reforço na aposta numa área determinante da nossa economia local. Pois bem, apenas 15 dias depois da referida notícia, era declarado o estado de emergência. As perspectivas e os pressupostos mudavam radicalmente!
Apesar do desejo colectivo de que se possa fazer alguma vida normal lá pelo Verão, a verdade é que essa época do ano, alta por excelência no nosso concelho, não será igual a outros anos, e, muito provavelmente, a de 2021 sentirá as réplicas do abalo forte que atingiu a nossa sociedade, com as consequentes repercussões, sobretudo em termos de quebra de receitas.
Nesse âmbito, considerando as semanas que ainda sobram até à chegada do Verão, esta será uma boa ocasião para os agentes económicos locais concertarem esforços e ideias, abordando de forma concatenada o terceiro trimestre do ano.
Gizar um plano com o contributo de todos, que permita atacar os meses que se avizinham de forma global.
Este ainda não é o momento de perguntar o que é que o município de Esposende pode fazer pelas empresas locais – pois alguns instrumentos de ajuda não faltarão – mas, antes, de cada agente interessado se questionar sobre o que é que poderá fazer por Esposende.
Este chamamento, de resto, coloca-se a todos nós esposendenses.