Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) alertou para o “impacto significativo nos negócios” que as novas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos poderão ter nas empresas do setor.
Apesar das incertezas, a ATP admite que as perdas serão inevitáveis, embora ainda difíceis de quantificar.
Em declarações à agência Lusa, fonte oficial da associação destacou que o processo ainda está numa fase inicial e sublinhou a imprevisibilidade quanto à reação dos países afetados e dos próprios consumidores norte-americanos.
“Sabemos, desde já, que haverá perdas para o setor, mas neste momento é difícil quantificar com precisão o seu impacto”, afirmou a mesma fonte, lembrando que o setor é altamente diversificado e com diferentes níveis de dependência do mercado dos EUA.
Os Estados Unidos são o 4.º principal destino das exportações da indústria têxtil e do vestuário portuguesa, representando cerca de 8% do total.
Segundo a ATP, o aumento de 20% nas tarifas de importação anunciado pela administração Trump poderá penalizar fortemente empresas nacionais, especialmente em produtos que já enfrentavam taxas elevadas, que podiam atingir até 32% no caso de vestuário.
Face à nova realidade, a ATP encontra-se atualmente a recolher e analisar dados mais detalhados para apresentar ao Governo uma avaliação concreta e fundamentada do impacto das tarifas.
O Ministério da Economia agendou para a próxima semana uma série de reuniões com 16 associações empresariais, entre as quais a ATP, para discutir medidas de mitigação.
Os encontros decorrerão entre quarta e sexta-feira, em Lisboa e no Porto, com a presença da AICEP, IAPMEI, Compete, DGAE e Banco Português de Fomento.
Estas reuniões visam estabelecer um canal de diálogo com os setores mais expostos ao novo modelo de “tarifas recíprocas”, abrangendo áreas como a indústria automóvel, metalomecânica, calçado, madeira, cortiça, entre outros.
Recorde-se que o Presidente Donald Trump anunciou novas tarifas de 20% sobre importações da União Europeia, que se somam às de 25% já aplicadas ao aço, alumínio e setor automóvel.