Em tempos de Verão, todos gostam de disfrutar de uma marginal à beira-mar, ou rio, e vivemos um tempo em que os cidadãos apreciam, procuram e exigem que mais e melhores espaços de contemplação e contacto com a natureza existam, sendo então necessário que estes espaços se adaptem a um conjunto básico de utilização, animação e de urbanismo que hoje é exigido.
Num concelho que dispõem de 3 Marginais, devemos ter um olhar crítico e inovador sobre que marginais que queremos ter no nosso concelho.
A Marginal de Apúlia será aquela que mais aparenta estar perto do pretendido. Ladeada por espaços de restauração que lhe conferem vivacidade, têm uma dimensão que permite ter espaços verdes e de recreio para todos, e ainda com espaço suficiente para outras atividades, desde associações apulienses que fazem demonstrações das suas atividades até para servirem de espaço de exposição para alguns artistas de rua e consegue garantir um acesso preferencial à praia e ainda garante lugar para as embarcações da faina apuliense. Tão espaçosa que ultimamente o seu passadiço têm servido de parque de estacionamento para alguns automobilistas mais distraídos.
Mas existe ainda espaço para melhoria.
Os prédios em construção embargados e aqueles que se encontram sem utilização conhecida terão de ter um de dois destinos: ou são postos em utilização ou devem dar lugar a novos espaços que possam ser melhores aproveitados. É uma Marginal que deverá fazer a ligação para além da Lota de Pesca, fazendo a ligação natural com o que nascerá na renovação da zona das Pedrinhas/Cedovém a norte, e uma continuação até à Colónia de Férias, sendo necessário efetuar uma pequena relocalização da Lota de Apúlia e a criação de novos parques de estacionamento mais afastados da zona de praia.
A Marginal de Esposende, por sua vez, têm uma longa distância, estando bem integrada com o Farol, o Parque Radical e a Zona de Restauração, mas pouco mais permite de que umas caminhadas dentro dela.
Após a sua renovação de 2011 e a adição da ciclovia deixa pouco espaço físico disponível existe, excetuando a Praça do Suave-Mar e o ponto de observação, e com o crescimento de moradias residenciais a montante, é um espaço que rapidamente, em especial à noite, se torna apenas um local de passagem apenas para caminhas e corridas e viagens de bicicleta, e onde pouco se pode desfrutar ou contemplar a natureza. É então claro que será necessário uma revitalização do espaço.
Fazer uma extensão do seu passadiço com o deslocamento da ciclovia entre o Parque Radical até à entrada do Pinhal de Cepães, ficando o estacionamento a montante, que responde às exigências para mais de 95% dos dias do ano. Se quisermos ser realmente ousados, este aumento deveria ser promovido entre o Parque Radical e a rotunda da Solidal, e fazer o reforço dos parques de estacionamento para os comerciantes não sentirem o impacto.
Com este aumento de espaço teremos capacidade para criar novos espaços de maior sustentação para o verão e que permitam criar ou novos pontos de restauração dentro da própria marginal ou novas pequenas áreas de recriação e lazer. Também será de pensar numa profunda renovação da Praia de Suave-Mar, podendo ali ser criado um novo ponto de interesse na cidade, e o aumento do ponto de observação que permita entrar mais dentro da zona de rio.
E depois temos a Marginal de Fão, a que mais precisa de uma renovação e intervenção.
Com pouca iluminação, ladeada por rio e por muros, com uma relativa diminuta extensão, e uma inexistente ligação com a sua doca, é a marginal fangueira que merece uma mais urgente atenção. Um aumento da extensão do seu trajeto, para o lado de Fonte Boa e para o lado do Fojo, daria uma outra amplitude à marginal, e será necessário, em conjunto com os moradores das casas que a ladeiam, fazer um melhoramento/homogeneização dessa frente, tornando-a ainda mais agradável. Também o aumento da iluminação deverá ser uma prioridade e deve ser pensado dotar a Marginal de Fão de mais um ponto de restauração que lhe permitam criar maior dinâmica/vivacidade e finalmente, reformular o acesso ao rio, criando um espaço de marina/doca condigno e criar um posto de observação que entre dentro do rio e que permita a todos uma melhor contemplação do rio.