Numa dinâmica que remeteu à eleição papal, o Parlamento português finalmente emitiu seu “fumo branco” após uma espera ansiosa.
Foi apenas na quarta tentativa que José Pedro Aguiar-Branco, deputado eleito pelo círculo de Viana do Castelo pelo PSD, foi eleito presidente da Assembleia da República, após quatro votações realizadas ao longo de dois dias.
Este desfecho ocorreu no mesmo dia em que foi anunciada a dissolução da Assembleia Regional da Madeira e a convocação de novas eleições por Marcelo Rebelo de Sousa.
O processo para a eleição de Aguiar-Branco como presidente da Assembleia da República exigiu apenas quatro votações, com PSD e PS chegando a um entendimento para compartilhar a liderança do Parlamento de maneira equitativa, dividindo-a em dois anos para cada partido.
Agora, inicia-se o mandato do social-democrata Aguiar-Branco, com especulações sobre a possível sucessão pelo socialista Francisco Assis na segunda metade do mandato, embora ainda não haja confirmação. Resta questionar se as condições serão propícias para completar a legislatura.
Durante seu primeiro pronunciamento aos jornalistas, Aguiar-Branco prometeu exercer sua liderança com rigor, lealdade e equidistância em relação a todos os deputados. Além disso, destacou que seu estilo será diferente do de seu antecessor, Augusto Santos Silva.
No final da tarde, foram eleitos os quatro vice-presidentes: Teresa Morais (PSD), Marcos Perestrello (PS), Diogo Pacheco de Amorim (Chega) e Rodrigo Saraiva (IL), marcando o encerramento da primeira sessão do novo Parlamento.
Antes disso, foi anunciado que dentro de dois meses ocorrerão novas eleições para a Assembleia Regional da Madeira. O presidente do Partido Socialista na região autónoma, Paulo Cafôfo, informou que Marcelo Rebelo de Sousa planeja dissolver o parlamento regional e convocar eleições antecipadas para 26 de maio.