O Presidente da República (PR), Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu ontem os líderes dos principais partidos políticos em Belém para discutir a marcação de eleições legislativas antecipadas.
A reunião, que se seguiu ao recente chumbo da moção de confiança ao Governo, teve como foco a necessidade de acelerar o processo eleitoral.
Luís Montenegro, líder do PSD, foi o primeiro a ser ouvido e garantiu que se recandidatará, independentemente das circunstâncias legais que o envolvem.
A palavra “rapidez” foi a mais repetida durante as audiências, com a maioria dos líderes a solicitar que as eleições sejam marcadas o mais rapidamente possível.
Marcelo demonstrou uma inclinação pela data de 11 de maio, considerada a primeira opção viável. Hoje, o Conselho de Estado será ouvido para discutir a situação.
Enquanto isso, a abertura de uma averiguação pelo Ministério Público sobre Montenegro e a empresa Spinumviva trouxe uma nova camada de complexidade ao cenário político.
Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, expressou cautela em relação a esta situação, mas reiterou a urgência de convocar novas eleições. Os partidos BE e PAN propuseram que as eleições se realizem a 18 de maio, permitindo assim mais tempo para a validação de candidaturas e organização interna.
O CDS, por sua vez, também concorda com a segunda data sugerida, em virtude das peregrinações a Fátima que ocorrerão nesse fim de semana.
Marcelo já havia manifestado a sua determinação em clarificar a situação eleitoral, não prevendo outra solução que não a dissolução do Parlamento.
A logística em torno das datas das eleições poderá, no entanto, coincidir com eventos importantes, como o clássico entre Benfica e Sporting, que pode influenciar a atenção do público nas datas propostas.
Na saída da reunião, André Ventura, líder do Chega, afirmou que o Presidente parece inclinado a optar pelo dia 11 de maio. Ventura reiterou a sua posição de não apoiar qualquer solução governativa que inclua Montenegro, afirmando que só aceitaria dialogar com o PSD se este tiver um novo líder.
Rui Rocha, líder da IL, partilhou a urgência de realizar as eleições o mais rapidamente possível, apontando também para a data de 11 de maio como a mais provável. Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, destacou a dificuldade do processo de validação de candidatos, especialmente para os partidos menores, e reforçou a necessidade de um prazo adequado para uma organização eficaz.