As mais de 100 buscas estão relacionadas com suspeitas de corrupção e outros crimes que envolvem os mais altos titulares de cargos públicos e políticos na Madeira, incluindo o presidente do governo regional, Miguel Albuquerque.
Pedro Calado, considerado o potencial sucessor de Albuquerque, é suspeito de acordos extrajudiciais para indemnizar empresas privadas por obras públicas não realizadas, durante seu tempo no grupo empresarial AFA.
Caldeira Costa, número 2 da AFA. também foi detido em Braga, onde tem casa e o Grupo AFA negócios entre empresas locais e a Madeira.
Um dos crimes é “contra o Estado de Direito”, assim como interferências no Diário de Notícias da Madeira e Jornal da Madeira.
A investigação aponta para “um pacto” em troca de aprovações de licenciamento camarário.
Albuquerque também está sob escrutínio devido a suspeitas de relação suspeita com o grupo Pestana, incluindo a venda de uma quinta em 2017 por 3,5 milhões de euros.
A investigação sugere sua participação em um fundo que adquiriu a propriedade, levantando a possibilidade de atos corruptos. As buscas envolvem ainda a concessão da exploração da Zona Franca da Madeira ao grupo Pestana, considerada ilegal pelo Tribunal de Contas.
Essa não é a primeira vez que Albuquerque é alvo de investigações.
Em 2021, o DCIAP confirmou suspeitas de crimes como prevaricação, corrupção e participação económica em negócio. Apesar de não ter sido constituído arguido na época, o presidente do governo regional volta a ser alvo de buscas, desta vez em sua residência.
O caso destaca a complexidade das relações entre altos decisores políticos e grupos económicos na Madeira.
De acordo com as autoridades, além dos concelhos madeirenses de Funchal, Câmara de Lobos, Machico e Ribeira Brava, foram também conduzidas buscas na Grande Lisboa (Oeiras, Linda-a-Velha, Porto Salvo, Bucelas e Lisboa) e, ainda, em Braga, Porto, Paredes, Aguiar da Beira e Ponta Delgada). Para estas buscas a Polícia Judiciária contou com a colaboração da Polícia Judiciária.
Autarquia confirma buscas
“A Câmara Municipal do Funchal informa que um grupo de inspetores da Polícia Judiciária deu entrada esta manhã nas instalações do edifício dos Paços do Concelho, para a realização de buscas”, lê-se num comunicado divulgado pela autarquia (PSD/CDS-PP).
O documenta acrescenta que “está a colaborar na investigação em curso e a prestar toda a informação solicitada, num espírito de boa cooperação”.