Fernando Almeida, residente em Carvalhas, Barcelos, está a ser julgado pelos crimes de homicídio qualificado e violência doméstica, acusado de asfixiar a própria mãe, Lucinda Ribeiro, de 89 anos, em junho de 2022.
A presidente do coletivo de juizes justificou a necessidade da nova perícia devido às declarações aparentemente incongruentes e sem nexo prestadas pelo acusado durante a primeira audiência.
Na ocasião, Fernando Almeida negou o crime, alegando ter encontrado a mãe sem vida e posteriormente ter confessado o assassinato num café da aldeia.
As contradições no depoimento levaram o magistrado do Ministério Público a questionar o acusado sobre possíveis agressões à mãe antes da morte e sobre as confissões feitas no café e por telefone à irmã.
Em resposta, Almeida negou as agressões, mas confirmou ter feito a declaração no estabelecimento, apresentando uma justificação peculiar: alegou sofrer de alterações de personalidade devido a um aparelho instalado secretamente em seu ouvido durante sua estadia em França.
O réu afirmou que o dispositivo permitia que ouvisse conversas alheias, inclusive as que não estavam no local.
Segundo suas declarações, confessou o crime no café para evitar que terceiros o incriminassem erroneamente.
A defesa de Fernando Almeida, atualmente em prisão preventiva em Braga, argumentou durante a Instrução do processo que o acusado não deveria ser julgado devido a uma suposta doença psiquiátrica.
No entanto, o juiz não acatou o pedido, mantendo o processo em curso.
A acusação sustenta que o crime ocorreu após uma discussão entre mãe e filho, relacionada ao consumo excessivo de vinho por parte do acusado.
A mãe, Lucinda Ribeiro, teria se queixado à GNR de comportamento violento anterior e temia ser agredida sexualmente, considerando o histórico do filho, que havia cumprido pena por crime semelhante.
O alegado homicídio teria ocorrido após a discussão, com Almeida a agredir a mãe com um objeto não identificado na cabeça, antes de a asfixiar.
Posteriormente, o acusado confessou o crime por telefone à irmã e no café local, mas alegou circunstâncias atípicas quando interrogado pelas autoridades.
A complexidade do caso e as declarações contraditórias levaram o Tribunal de Braga a determinar uma nova perícia psiquiátrica, buscando esclarecer a condição mental do acusado antes de prosseguir com o julgamento.
O desfecho deste caso continua a ser aguardado com grande expectativa pela comunidade local.