O autarca Benjamim Pereira fez mesmo questão de cumprimentar o militar Josias Alves, sargento que está em greve de fome à uma semana em luta por equidade entre forças de autoridade e que se deslocou do Porto para estar com os elementos da Guarda de Esposende.
“Vim dar um palavra de apreço e incentivo. Concordo com a luta deles. A nossa sociedade não pode viver sem segurança e é bom que a sociedade perceba isso. Tudo farei, junto do meu partido, para que a reivindicações deles sejas atendidas. Como vamos conseguir atrair jovens para esta área, que é mal paga? Ainda por cima criar injustiças dentro do mesmo sector não é nada justo”, frisou Benjamim Pereira.
O autarca de Esposende confirmou que estava prevista a visita à Câmara de Esposende de José Luis Carneiro, não como Ministro, mas sim como cabeça de lista do PS pelo círculo de Braga às eleições legislativas do dia 10 de março.
Esta foi entretanto cancelada.
Cerca de 30 militares da GNR, autoridade em Esposende que mantém um posto territorial e outro da Unidade Controlo Costeira (UCC), realizaram uma marcha entre a UCC e a Praça do Município, onde depois se mantiveram em vigília durante a manhã.
O Sargento-ajudante Josuias Alves, que em 2015 chegou a atirar-se ao rio Tâmega para salvar uma mulher de 35 anos que caiu à barragem do Torrão, iniciou uma greve de fome em frente à Câmara do Porto e veio a Esposende dar apoio aos militares locais na sua luta.
“Vou neste greve de fome até onde a saúde o permitir ou alterem esta injustiça. Quero alertar a sociedade civil para o desespero em que se encontram mergulhados os militares e agentes das forças e serviços de segurança”, destacou.
Este militar deu ainda nota que há pressões e perseguições tirânicas promovidas pelas chefias e comandos das respetivas instituições e, bem assim, pela tutela.
Este sargento, de 44 anos, publicou um vídeo onde explica a sua solidariedade para com Afonso Viana, tenente que chegou a estar colocado na GNR de Barcelos, que comanda Esposende, e que há uma semana foi chamado a explicar as baixas médicas que haviam sido colocadas pelos seus militares.
“E, como não podia deixar de ser, [solidário] com o nosso colega Pedro Costa”, acrescentou, referindo-se ao polícia que presta serviço no Aeroporto de Lisboa e que, há cerca de um mês, iniciou sozinho um protesto em frente à Assembleia da República e originou um movimento que se alargou ao resto do país.
A situação revela um cenário de mobilização crescente entre os agentes da PSP e militares da GNR, assim como Guardas Prisionais, que buscam equidade e reconhecimento por parte das autoridades, almejando melhorias nas condições de trabalho e a devida valorização de suas missões no desempenho da segurança pública.