O atual presidente do Forum Esposendense, Fernando Ferreira, foi reconduzido por mais dois anos à frente de uma das instituições mais importantes da região. Este esposendense de gema, em declarações ao Farol de Esposende, assume duas palavras chave para o novo mandato: «continuidade e sustentabilidade».
«Foi um mandato positivo no seguimento dos anteriores. O Forum já atingiu um patamar com várias estruturas, em pleno funcionamento. No entanto confesso que é cada vez mais difícil a gestão financeira. Terminamos o mandato a isentar as entradas no Museu do Marítimo e temos o Centro de Mergulho que sustenta a associação. Este Centro tem desenvolvido atividades científicas e por força dos projetos virados para o mar, temos tido aqui tido um desenvolvimento que nos garante ao Forum alguma sustentabilidade financeira», referiu em declarações ao Farol de Esposende.
Na presidência desde 2006, Fernando Ferreira assume vários projetos positivos, como casos da reconstrução do edifício Salva Vidas e sua transformação em Museu Marítimo, a criação do Centro de Mergulho e o lançamentos de vários livros, de onde se destaca “Sete Séculos no Mar” de José Felgueiras. No entanto o reconduzido presidente assume que há um projeto que é preciso voltar a discutir: o CIDOC Mar.
«Foi apresentado à Câmara Municipal em 2013. Não é um projeto para o Forum, mas sim para o concelho de Esposende que é o CIDOC Mar. Um espaço que teria como objetivo o tratamento de todo espólio concelhio. Pois o concelho de Esposende é muito rico na sua história e muitas, se calhar, já se perderam. A demora na criação deste espaço, vai obrigar Esposende andar a correr atrás do prejuízo. O CIDOC Mar nasce como projeto por força de tudo que tomamos conhecimento. É um centro que seria um espaço de biblioteca e documentação especializada de Esposende, teria um laboratório de investigação e outro de conservação e restauro e uma oficina de modelismo. Porquê modelismo? Pois temos muitos projetos em carteira para que esta oficina faça coisas relacionadas com a nossa terra. Por isso consideramos que talvez seja esse o projeto encravado para nós, pois consideramos que o CIDOC Mar é vital para Esposende. Sou persistente e vamos continuar nos locais certos a reclamar este projeto, principalmente quando vemos agora a Câmara a avançar para um Museu do Sargaço, outro do Junco, por isso o CIDOC Mar faz sentido no sentido de tratar também, por exemplo, esse espólio», destacou ao Farol de Esposende Fernando Ferreira.
O presidente do Forum Esposendense revela ainda que os Estaleiros de Esposende, na posse da Docapesca, vão continuar ao serviço da comunidade.
«Terminou o contrato em outubro de 2019, mas a Docapesca, fruto do nosso trabalho naquele espaço, deu a indicação para continuar lá durante mais oito anos, até 2027. Apresentamos um dossier com tudo que fizemos e que convenceu a Docapesca», disse, acrescentando que ali funciona atualmente o estaleiro de construção naval em madeira, um espaço para guardar embarcações de recreio, o Centro de Mergulho, sala de formação para cursos e palestras e balneários, assim como a GKS-Go Kite School que desenvolve atividades ligadas ao Kitsurf.
«Mas é um espaço aberto a todas as atividades náuticas. Queremos que nos próximos oitos anos seja sustentável», revelou. À beira de decisões importantes, Fernando Ferreira confessa que ficaria magoado se a Câmara avançasse para um Museu Marítima no Forte São João Batista, defendo para o local um espaço de visitação que que albergasse o Observatório Marinho de Esposende.
«Ficaria muito triste se um espaço museológico ligado ao mar fosse criado no Forte São João Batista. Nós como Museu temos várias peças de naufrágios, inclusivamente já editamos um livro desses naufrágios, aliás, temos conhecimento na área e até queremos avançar com uma carta mapeada dos naufrágios que temos conhecimento aqui na nossa costa. Esta é a nossa ideia: Podemos ser parceiros? Sim, mas não vemos com bons olhos que aquele espaço seja transformado num Museu