Esta subida ocorreu após duas semanas consecutivas de declínio, marcando uma inversão na tendência observada nas últimas semanas. Há um ano, adquirir o mesmo cabaz custava 18,53 euros a menos.
Este aumento surge em meio às recentes adversidades no setor agroalimentar, com a invasão russa à Ucrânia impactando a produção de cereais na União Europeia.
Além disso, o fim da isenção de IVA no cabaz de bens alimentares essenciais, a partir de 5 de janeiro, contribuiu para a pressão sobre os preços ao consumidor.
A DECO PROteste, que monitora os preços desde janeiro de 2022, destaca que o cabaz “atingiu seu valor máximo em meados de setembro de 2023”, mas começou “a declinar com a implementação do IVA zero” em abril daquele ano.
No entanto, a tendência reverteu-se em janeiro de 2024, ultrapassando os valores registrados desde janeiro de 2022.
Evolução do preço do cabaz desde janeiro de 2022
A DECO PROteste acompanha a evolução dos preços dos 63 produtos essenciais, calculando o preço médio por produto em várias lojas online.
O custo total do cabaz é obtido somando os preços médios de todos os itens, sendo atualizado semanalmente.
Produtos que mais aumentaram na última semana:
Pescada Fresca: Subiu 2,20 euros por quilo (23%), atingindo 11,92 euros por quilo em 31 de janeiro.
Douradinhos de Peixe: Aumento de 78 cêntimos (13%), totalizando 6,67 euros em 31 de janeiro.
Café Torrado Moído: Acréscimo de 40 cêntimos (13%), alcançando 3,54 euros em 31 de janeiro.
Maiores aumentos percentuais no último ano:
Azeite Virgem Extra: Elevação de 4,26 euros (68%), atingindo 10,51 euros em 31 de janeiro.
Cereais: Aumento de 1,56 euros (51%), totalizando 4,60 euros em 31 de janeiro de 2024.
Laranja: Subida de 57 cêntimos (42%), custando 1,91 euros por quilo em 31 de janeiro.
Contexto da escalada nos preços:
A invasão russa à Ucrânia, que afetou a produção de cereais, somada aos impactos da pandemia e da seca, pressionou o setor agroalimentar.
A limitação da oferta de matérias-primas e os aumentos nos custos de produção, especialmente de fertilizantes e energia, refletiram-se nos mercados internacionais e nos preços ao consumidor.
O aumento dos preços dos alimentos contribuiu para a aceleração da taxa de inflação em Portugal, atingindo 2,3% em janeiro de 2024, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
A estimativa do INE destaca o aumento dos preços da eletricidade e o fim da isenção de IVA no cabaz de bens alimentares essenciais como principais impulsionadores dessa alta.
A DECO PROteste vai continuar monitorizar a evolução dos preços, fornecendo informações atualizadas sobre o custo dos bens essenciais no mercado português.